Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Algumas razões para a irritação de uma garota

1) Após um período de 640 anos, meu carro saiu do conserto. A frição está excelente, parece tratar-se de um exemplar com apenas 20 km rodados. Classificaria sua condição como "perfeita", não fosse o motor acelerado. Transitei com esta bosta hoje beirando a casa dos 3000 rpm. Com meu talento nato para previsões futurísticas, afirmo que enxergo um Astra prata fazendo uma curva, tomando a pista oposta, e retornando à oficina.

Não é necessário comentar que estarei presente durante todo o processo, que por minha própria determinação, ocorrerá entre 10 da manhã e 6 da tarde de amanhã, e nem mais um minuto sequer. Providenciarei uma foice para que o mecânico, intimidado, cumpra o prazo.

2) Estou em busca de um par de muletas para alugar. Fui fazer os pés no salão e quem me atendeu foi uma estripadora. A tarada conseguir arrancar todas as peles planejadas por Deus para nunca deixarem o corpo humano. Se subir em uma balança agora, certamente estarei pesando uns 600 gramas a menos. Porque a carniceira simplesmente subtraiu esta quantidade de massa corporal ao fazer minhas unhas. Esta vaca. A minha sorte - mais da esquartejadora do que minha - é que não estou praticando exercícios nem corrida durante esta semana. Devido ao laudo médico que me diagnosticou uma pré-pneumonia, fato que me obrigou a sentar a bunda na cadeira. Ao final da sessão, ela me perguntou, sorrindo:

"Tem algum cantinho doendo?"

Neste momento, avaliei a hipótese de chutar a cara dela.

- "Não...e seu cú, está doendo? Ah, não???? Mas eu posso providenciar!!!"

Imaginem o que eu seria capaz de fazer se houvesse qualquer espécie de arma em meu poder.
Meninas sabidas NUNCA trocam a manicure por motivos fúteis, como falta de horário. Isso é um mantra. Semana que vem, voltarei para minha Nathalia.

3) Quanto mais drogas ingiro, mais tusso. Quanto mais repouso faço, mais meu pulmão direito dói. Resolvi fazer uso de minha sabedoria médica e diminuí o intervalo, estipulado pelo médico, de 8 horas entre as doses das medicações. Desde a manhã de hoje, venho consumindo toda sorte de fármacos de 6 em 6 horas. É muito provável que esteja aí a explicação para minhas tonturas, pontadas no estômago e sonolência grau 10. Se houvesse um prato de sopa na minha frente durante a tarde, teria caído de cara nele. E morreria sufocada ao aspirar o líquido sem despertar.

Bastou, não?

Um comentário:

Red disse...

Da última vez que troquei a minha pedicure, fui atendida por Jack, o Estripador. A chacina foi tamanha que, dois dias depois, eu havia ganho uns 3 kg de carne esponjosa no dedão do pé e não conseguia andar. Eu sentia dor nível 200, numa escala de zero a dez. Com medo de que a infecção se espalhasse pelo meu corpo e me matasse violentamente, fui em pleno domingão no Spa do Pé em pleno shopping Jardim Sul para quem um maníaco com bisturi removesse todas aquelas carnes inflamadas. Sem anestesia. Quando lembro daquilo, Jason me parece um aprendiz.