Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Perucão GlobeTrotter




Para quem acha que os Bárbaros ficaram restritos ao século 3, informo que a minha residência é constantemente tomada por diversos seres que descendem destes povos e atuam para perpetuar a cultura esquecida de seus ancestrais.


EXPLANANDO: Papai possui, sobre um aparador na sala, um espetacular busto esculpido por uma amiga condessa - ou algo do gênero - em meados dos anos 60/70. Desde que foi presenteado, papai sempre manteve a peça exposta para apreciação coletiva de sua bela fuça moldada em pedra. Natural ouvir suspiros de admiração entre os convidados.




Até o dia em que um desgraçado qualquer achou uma peruca sarará e um colar "iemanjá odoiá" de conchas e transformou meu pai na Nega do cabelo duro/Que não gosta de pentear.




O que a imagem mostra é a genuína obra de um Vândalo.



quarta-feira, 21 de maio de 2008

CUCO! CUCO!

Algumas teorias de minha própria autoria são constantemente comentadas e defendidas por mim porque eu realmente acredito nelas. É o caso da teoria número 12, de 1996, que diz:

"O trabalho não enobrece. Porra nenhuma."

Inclusive, faz mal, muito mal para a saúde mental dos seres da espécie humana. Por algum motivo ainda não desvendado por cientistas, o grau de loucura de uma pessoa aumenta de maneira diretamente proporcional à quantidade de horas passadas no ambiente de trabalho. Algumas realmente viram caso de internação, mas grande parte das vítimas manifesta um quadro de mongolismo que, normalmente, se agrava com o tempo. Ou seja, você, meu caro, vai, aos poucos se transformando em um retardado mental e passa a ser o epicentro de situações cretinas não compatíveis ao nível de intelecto que havia acumulado até então. Acontece todos os dias e tenho PROVAS. Eis 3 casos verídicos que ilustram de forma nítida o assunto. É importante lembrar que todos os exemplos vieram de fatos ocorridos na "firrrma".

1 - Eu: saí de casa às 8 horas da manhã com destino ao agradável bairro da Lapa e a missão de abrir a loja de minha propriedade localizada na rua Clemente Álvares. Tomei o caminho, por livre e espontânea vontade, da Vila Madalena. Fui para o Filial. Dirigi pro barrrr. Terça-feira, 8 da manhã. Me diga se esta pessoa está legal da cabeça, vamos.

2 - K, minha grande amiga (essa daí já tem coladas nas laterais da face aquelas orelhas cujo modelo inclui bandeirinhas girando): 6 da tarde, ela, enquanto funcionária da Credicard e incumbida de solucionar algum problema impróprio com um fornecedor incompetente de nome Wagner, disca para o sujeito e, confiantemente, identifica-se como WAGNA da Credicard. Vou repetir: WAGNA. Da Credicard.

Notem:

" Alô, por favor o Wagner, da distribuição? Oi Wagner, aqui é a Wagna, da Credicard..."

Solução? Desembestar Henrique Schaumann acima rumo ao Filial. Aí sim seria adequada a locomoção ao referido estabelecimento. Chegando lá, pedir uma vodka. E nunca mais retornar à merda da Credicard. Se bem, que foi mais ou menos isso........bom, deixa pra lá.

3 - Priscila, minha guru da Era Jornalística: na vigésima-nona ocasião em que ela efetuou um pagamento nominal à minha pessoa, eis o que foi escrito no campo "nominal a" da folha de cheque utilizada: Paula Scarcelli de Amaral Pereira Góes.

Não, meu nome não é Paula Scarcelli de Amaral Pereira Góes, minha gente. Isso é uma musica tosca, um axé de autoria de certa banda B chamada Pimenta Nativa, que diz em seus versos: "Maria Joaquina de Amaral Pereira Góes, você contribói para o meu viver...." e assim vai.

Depois de 2 anos trabalhando com a nega, ela achou por bem fazer um mix musical envolvendo meu nome e o hit do verão de Porto Seguro. Como diria a própria Priscila, "phoda com PH".

Seguindo essa tendência, uma das minhas costureiras também decidiu pirar e teve um surto inominável. Daqueles que a pessoa é afastada do trabalho para poder viver dopada e tudo mais. Nuts.

Outro dia ela apareceu na fábrica para destilar sua loucura vestida com uma roupa que a deixou absurdamente semelhante à Lacraia. No meio de nossa instrutiva conversa, entre as piscadas que dava num olho só e outros tiques bastante aflitivos, a louca sacou uma cartela de um dos psicotrópicos violentos dos quais está fazendo uso, colocou sobre a mesa e cochichou, olhando ao redor:

"Olha Paula, esse remédio é forte, é controlado, e só o psiquiatra pode mandar você tomar. Ele mandou tomar um só, mas pode tomar 3 porque senão não faz efeito".

[reticências]

Pelo sim, pelo não, guardei a droga. Ainda não estou completamente doida, mas desconfio que este destino está muito, mas muuuuito próximo.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Café com Asterix

Certas atitudes resumem o que uma determinada pessoa foi, o que ela é, e o que será um dia. Meu pai, por exemplo. A maioria de seus trejeito e hábitos é absurdamente típica e posso observar isso diariamente, já que, como todos sabem, sou detentora de importante cargo nas empresas de papai, Scarcelli Corporations.
Hoje, lá pelas 10 horas da manhã, fomos, eu e ele, tomar uma café no café aqui ao lado. Notem que eu enfatizei "tomar um CAFÉ no CAFÉ aqui ao lado" pois este detalhe que define a coisa toda como apenas um CAFÉ é realmente muito importante para a compreensão da história.
Pois bem. Pedimos dois cafés, nos sentamos na mesinha e eis que ele avista algo interessante sobre o balcão oposto. Pediu para o cafeteiro: "ôôôôôô Eduardôôô Me vê um pãozinho daquele pra gente beliscar junto com nossos cafés!"
Foi num piscar de olhos que surgiu sobre minha mesa um PUTA de um pão italiano, daqueles que você tem que mandar fatiar na própria padaria, porque suas dimensões não são compatíveis com as facas que normalmente possuímos em nossas casas.
Esta é a pesoa que me cedeu metade de meu código genético, me criou e toma alguns cafés durante o dia até hoje em minha companhia. Ando seriamente preocupada com meu futuro.

"Eu queria um café expresso e um pão italiano, sim? Isso, inteiro, por favor. Que eu vou comer com a perna de javali que trouxe na lancheira."