Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

sábado, 29 de novembro de 2008

Virei o Robert Smith

Ontem à noite, houve uma grande festa na pacata cidade de São Paulo e eu era uma das seletíssimas personalidades que possuía um convite para o disputadíssimo evento. Coisas de Muso e sua turma.

Enquanto trabalhava na produção de meu lay-out, empolgada com o arrasta pé que estava por vir, me lembrei que algumas semanas atrás eu havia sofrido um surto, acesso este que me obrigou a gastar um bom montante adquirindo produtos para maquiagem. Entre tantos itens, me veio à memória um deles, especificamente. No momento em que efetuava a compra, pensei: "Aí ó...um lápis preto.....tenho 478, mas.....vou levar..."

Pensamento este, que foi interrompido pela fulana detrás do balcão:

"Este lápis é um kajal no tom preto noite para o contorno dos olhos, enriquecido com 'blevers' e fórmula 'cluvers', que tem em sua composição, 'chevers' e é feito com matéria prima 'blonvers'......."

O que ela descrevia ali estava mais parecido com uma vara de condão do que com a merda do lápis. Mas levei o treco mesmo assim.

Pois bem. Lembrando desta ladainha enquanto me arrumava, decidi que estava curiosa e o momento era propício para estrear o tal lápis. Pintei os olhos, fui para a festa, voltei, tirei a maquiagem da fuça e o que descobri? Que além de todas as maravilhosas características descritas pela tchonga do balcão, o lápis era também indestrutível. Ou seja: a partir do momento que você passa aquilo na cara, a única certeza que há, é a de que você nunca mais apagará o traço.

Estou até agora com esta poha borrada na cara e começo a me achar muitíssimo parecida com o Alice Cooper.

Minha próxima tentativa de dissolver os restos do lápis envolverá acetona.

domingo, 23 de novembro de 2008

Táubas de Frio

Sexta-feira à noite, eu e K fomos à padaria localizada na esquina de sua casa, tendo como objetivo encomendar frios, queijos e pães para completar a grande variedade de quitutes que seriam servidos em sua festa de aniversário, evento este, ocorrido ontem à noite.

Encostamos no balcão dos pães e um ser bigodudo veio nos atender. Importante esclarecer que, apesar de ostentar o referido bigode, o ser em questão era uma moça.

"Vocês queriam uma táubas de frio?" - com sotaque típico carregadíssimo. E tom de voz bastante elevado. Vamos dizer que ela berrava. Era mais ou menos assim.

"Ahnnnn..............sim"

"Qual frio vai na táubas?"

E por aí foi a conversa com a exótica atendente. Lá pelas tantas, ela quis saber em nome de quem o pedido seria tirado.

"Karin", disse K.

"Carmen?"

"Não. Karin."

E a moça anotou: "Cari". Ok, previsível. E K peguntou:

"E o seu nome, qual é?"

"Rizeuda. Com Z."

A partir do momento em que seu nome é RIZEUDA, a grafia correta da coisa é algo absolutamente irrelevante, não?

Prestando atenção às vitrines da padoca, descobri a relação entre o local e este papo de grafia correta. Lá eles vendem 'Croaçãn', 'Carmafel' e 'Brauner'. Tudo servido pela Rizeuda.

A MÁ-drasta de Karin

Vejam se é possível ganhar ISTO de sua madrasta por ocasião de seu aniversário.

Notem como a peça em pelúcia combina com a jovem senhora. Sim, ISTO ocorreu com K durante as celebrações em torno de seu último aniversário. E, sim, isto fez com que ela passasse o período de um ano completo sendo alvo de chacota em nível mundial.

Já que ontem a data se repetiu, estamos todos sob intensa crise de ansiedade, apenas aguardando para ver qual merda Eliane, a madrasta, planejou contra a pobre K.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quero ser o Fabinho

Alguns eventos protagonizados por clientes da espécie "pentelho master" que ocorrem dentro de meu estabelecimento comercial me fazem pensar em como aquilo acabaria se eu não fosse eu, e sim o Fabinho.

Fabinho vem a ser um grande amigo da família infinitamente mais esperto do que eu, o que o tornou o feliz proprietário do Bar da Praia em Caraíva, cujas dependências abrigam também seu fabuloso hotel, Casas da Praia. Puro luxo à beira mar.

Fabinho é um lord, uma simpatia, solícito, divertido, animado, um doce de pessoa. Tudo isso vem dentro de sua respeitável envergadura. O rapaz é enorme, um T-Rex. No último verão, uma de suas hóspedes comentou que tinha a clara impressão de que o chão tremia sempre que Fabinho se aproximava. E ele está sempre lá, no balcão do Bar, com seu jeito bonachão, confraternizando com hóspedes, clientes e suas respectivas cervejas.

Mas se tem uma coisa que acaba com o bom humor de Fabinho, é o cliente "pentelho master"em ação. Não ouse fazer reclamações descabidas, destratar funcionários, implicar ou não cumprir as normas da casa e, principalmente, nunca, jamais aja da maneira "estou pagando, exijo absurdos".

Você provavelmente será expulso após um belo esporro. Nos casos mais complexos, você será arremessado na areia. Se for hóspede, sua bagagem também será arremessada deck abaixo. Já vimos esta cena algumas vezes e sempre houve total aprovação dos convivas pela eliminação do chato. Quando notamos uma crise em andamento é regra procurar pelo melhor ângulo para assistir ao arremesso. Porque, quem sai de São Paulo para infernizar a vida alheia no sul da Bahia, merece. Merece coisa pior. Penso que Fabinho usa de muita bondade para com os farofeiros.

Esclarecida a razão deste cara ser meu ídolo, voltemos ao meu "pentelho master":

No início desta semana, apareceu em minha loja um japonês idoso e mal educado que, obviamente, não gostou de nada.

"Vocês nem trabalhar sabem. Como, em uma loja deste tamanho, não há nenhuma camisa com mangas 3/4?"

De nada adiantou a explicação do santo vendedor que o atendia sobre o final do estoque destas peças e sua reposição, que se daria em 10 dias.

"Bando de vagais. Não quero esperar nenhum dia. Vim até aqui para comprar a camisa e quero hoje. HOJE! Que falta de respeito fazer uma pessoa que quer gastar dinheiro com esta porcaria de loja, esperar! Quer dizer que eu perdi a viagem? Hein? HEEEINNN?"

Foi quando o vendedor, pensando melhor e largando a foice que planejava usar para decapitar o japonês, sugeriu que a criatura escolhesse alguma camisa de mangas longas para que uma de nossas costureiras transformasse a peça em um modelo de mangas 3/4. Todo o processo demoraria apenas 3 dias.

Incrivelmente, o japa topou. Hoje à tarde Fukushima retornou à loja para buscar a porra da camisa. Sempre reclamando, queria abrir a peça para ver se o serviço fora executado corretamente, porque aquela era uma roupa muito cara (59 real) e que nós não tínhamos vergonha na cara de cobrar tal fortuna por um pedacinho de pano, que ninguém faz ele de trouxa não e ele só pagaria se aquela fosse a camisa que ele escolheu, que não adiantava tentarmos enganá-lo repassando alguma peça de coleção antiga................mwaaaahhhhhhhhhh! Ódio.

Constatando que tudo estava certo, o japonês solta a pérola:

"Agora vá lá e me traga meus punhos", para o vendedor.

"Punhos? Que punhos?"

"Não se faça de bobo. Os punhos que foram cortados. Eles são meus, quero levá-los."

"Mas os punhos foram jogados no lixo. Nós reformamos a camisa, não há como reutilizar punhos, logo, os jogamos fora."

"Vá logo! Tenho pressa! Traga meus punhos já!"

"Mas......mas......"

Foi quando eu me meti:

"SENHOR, NÃO CONSERVAMOS LIXO EM NOSSO ESTOQUE. OS PUNHOS FORAM PARA O LIXO, ENTENDEU? Inclusive, quem os colocou no lixo fui eu. Vi dois punhos cortados e pensei: oba, punhos! Vou colocá-los no lixo!"

E ele, respondendo para mim:

"Vá buscar! Vá logo, tenho pressa! Agora!"

E desapareceu, largando a camisa lá. Quero contratar o Fabinho para me ensinar sua arte em 5 lições.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Máximas - Juntatudo

"Ai, gente...... estou sem 'ÁLEGO'........"

Por amiga Déia, devidamente alcoolizada, após piada retumbante em tradicional churrasco dominical, querendo informar aos presentes de que, riu tanto, que encontrava-se sem ar. Ou sem fôlego, para quem assim preferir.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Objetos potencialmente dispensáveis

Meu próximo objetivo de vida é entrar na casa de K, arrancar o grande espelho pregado na parede da sala e submetê-lo a minuciosa análise científica.

Se for confirmado que o espelho é bom, que está bem-feitinho, que funciona e que não há nada de torto nos reflexos produzidos pelo artefato, eu me mato. Me suicido, tomo creolina. E depois me jogo contra um ônibus em movimento.

Susto. Porque não é possível que minha bunda esteja, realmente, do tamanho da bunda que vi refletida ontem, durante minha incursão noturna à casa de KK. Minha cara não é redonda como a que vi ontem. Aliás, minha cara NÃO é redonda. Os braços de ontem eram como os da Joana Prado no período "Waldemar" de sua vida. Tudo grande, tudo torto, uma merda. Me senti na "casa dos espelhos", clássica atração de parques de diversões furrecos.

Pensando melhor, meu próximo objetivo de vida é entrar na casa de K em poder de um robusto taco de beisebol e, usando de violência e golpes certeiros, tranformar em migalhas a porra do espelho. Antes que ele se quebre sozinho, em virtude das imagens suspeitas que produz.

"Créc! Tá biita hein, fia?"

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Eu menti

Quando disse que não me alimentaria novamente durante esta semana do Senhor, iniciando jejum absoluto a partir de hoje, 11 de novembro, confesso que menti.


O Javali Calabresa à Parte de ontem, que tanto traumatizou minha mente, já perdeu o efeito e, considerando que não pretendo dormir tão logo, receio admitir que penso em confeccionar uma comidinha gorda, cremosa e gostosa para minha pança.


Estou quase concebendo a idéia de um miojo duplo com requeijão. Ainda bem que minha ruindade consome as calorias provenientes de tais mimos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A base de uma alimentação saudável

Como já comentei, há uma semana, mais ou menos, tiveram início as festividades em comemoração ao 31° aniversário de Gabi, adorada irmã. Aniversário este, que ocorreu de fato no dia de hoje, bela segunda feira chuvosa.

Já que a festa de sábado deixou a todos com olheiras e tremedeira, o conselho familiar decidiu que hoje, a celebração oficial deveria ocorrer em clima mais ameno e civilizado, caso contrário a coisa fatalmente se desvirtuaria e alguém teria um treco saindo pela porta do Filial às 5 e 15 da manhã. Um restaurante, por exemplo, seria um bom local para comemorarmos data tão querida sem graves consequências.

E lá fomos nós. O jantar foi esplêndido, mas creio que não conseguirei dormir nesta noite. Supondo que, sim, eu durma, é capaz que a onça venha me atacar novamente.

Depois do Javali Asterix Bacon Mortadela Tártaro Egg Duplo que eu comi, duvido que haja espaço em meu corpo para comportar qualquer outra coisa. Como sono, por exemplo. Precisava, inclusive, que um eunuco surgisse aqui na porta com umas plumas para me abanar.

Considerei a esteira como uma chance de diminuir este paralelepípedo que se formou em meu estômago. Mas, se há uma certeza no universo, neste momento, é a certeza da congestão. Qualquer esforço físico maior do que o ato de digitar, fará com que minha digestão seja interrompida pelo desvio do fluxo sanguíneo o que, no mínimo, entortará minha cara, como naquela história que nossas mães contavam sobre crianças que almoçavam, pulavam na piscina e ficavam com suas caras tortas.

Declaro que não pretendo me alimentar novamente durante esta semana. É oficial. E concluo que deveria ter me dirigido às mesas internas do Filial, e lá, sentado minha buzanfa.

domingo, 9 de novembro de 2008

A alcunha

Hoje, o tema do tradicional almoço familiar dominical na casa de vovó, evento que integra o calendário da família há 30 gerações, foi 'a escolha do nome do bebê'.

Flora e Dodô lançaram o assunto, por já existir uma disputa interna entre 'Lorenzo' e 'João'.

Quatro horas de conversa depois, tudo o que o grande grupo de adultos reunidos conseguiu em termos de sugestões para o nome da criança foi 'Bigode' e suas variações:

'Chefe';

'Chefia';

'Grande';

'Primo';

'Mestre';

'Ceará';

'Campeão';

'Xará';

'Rapá';

'Gavião';

'Manôôôôô!!!!!!'

Seguido pelos fabulosos 'Long Dong', 'Corinthians', 'Braddock', 'Damien', '13', 'Erro', 'Mara' (em alusão ao personagem interpretado por Ítalo Rossi em humorístico de sexta categoria exibido às terças-feiras na TV Globo), 'Gráubi', 'Crébis', 'Azambuja', 'Flolfo' - a clássica junção realizada a partir dos nomes dos progenitores, aqui, no caso, FLOra e RodoLFO - ou seja...................

O futuro de meu sobrinho é algo obscuro.

sábado, 8 de novembro de 2008

Modo de vida

"Ai, amor....vamos fazer um workshop em New York?"

- "Como assim, benhê?"

"YOU work, I shop."

Basicamente.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O taxista pop

Gostaria de deixar claro que, quando digo que as pessoas com quem convivo são uma fonte inesgotável de barbaridades, este comentário não possui dose alguma de exagero.

Vejam que interessante este episódio da vida de Mari:

Alguns (muitos alguns) anos atrás Mari, em processo de loucura gerado por excesso de trabalho (alguém?), decidiu se jogar em um avião rumo à Escócia e lá permanecer enquanto durassem suas férias. Alone.

Logo que seu vôo aterrisou em Edimburgo, Mari caiu em si com a recordação de quão pífio seu inglês era. Uma merda, mesmo.

Enquanto caminhava em direção aos táxis, pôs-se a pensar:

"Phodeu. Como vou falar com esses saiotes? Tudo bem, não falo inglês....mas qual a diferença, porra? Nem que eu falasse um inglês porco! Esses caras são escoceses! Eu não entenderia nada mesmo.....bom, foda-se. Vou entrar neste taxi.....uhmmmm......ããããããã.......neste aqui. E, qualquer coisa, me jogo porta afora quando avistar um orelhão, me conecto com a Embratel e mando a telefonista explicar onde fica meu hotel. Será que a telefonista da Embratel fala inglês? Se ela ao menos entender escocês........."

Toda esta divagação foi interrompida pelo simpático motorista que abriu a porta de seu carro para que ela se acomodasse.

Motorista ao volante, Mari no banco de trás, ela precisava informar seu destino ao homem. Gaguejando, com muito esforço para se fazer entender, começou:

"Hello, Sir.......I'm from Brazil......"

Aos gritos, o motorista a interrompe:

"Brasil????? Cara, eu sou primo do Ritchie!!!!"

Sacou uma fita K7, enfiou no som, e foi assim que Mari chegou ao hotel. Ao som de 'Menina Veneno'. Cantando. Com o taxista. Que era primo do Ritchie.

Incrível.

A finesse da torcida

Autódromo de Interlagos, Domingo, 2 de novembro de 2008. Duas horas da tarde. Nossa localização privilegiada permitia que aguardássemos o início do GP consumindo toda sorte de drinks e petiscos, observando a movimentação ao redor do camarote acomodados em agradáveis sofás de rattan. Tudo muito fino.

Bem em frente a este belo lounge, tínhamos a visão de uma das arquibancadas do autódromo. Apinhada, todos os torcedores bastante empolgados, iniciou-se uma pequena queima de fogos. Seguida pelo aparecimento de uma faixa. Nela, devidamente estendida pelos entusiastas de nosso querido piloto Felipe, era possível ler claramente a seguinte mensagem:

"CHUPA HAMILTON!"

Tudo isso, ao som de "ô Lewis, viaaaaadooo!"

Que delicadeza para com o moço. Ri durante 10 minutos.