Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pulguinha

Pulguinha, antes de ser conhecido como tal, era um cãozinho que morava nas ruas de São Caetano do Sul, cidade onde se localiza minha empresa e para onde me dirijo diariamente a fim de exercer aquela atividade demodé conhecida como "trabalho". Eu poderia estar estudando mandarim, viajando, me exercitando, roubando, matando, mas não. É com o trabalho que ocupo meus dias. É, cada um tem o que merece na vida.

Blasfêmias proferidas, voltemos ao cãozinho.

Há mais ou menos um mês, durante uma das tempestades vespertinas que andam nos assolando como uma prévia de nosso destino em 2012, este cachorrinho branco, vira-lata, com orelhas tricolores, contorno dos olhos cor de rosa e manchas pretas sob o pelo invadiu a empresa. Entrou e sem a menor cerimônia se instalou sobre um dos macios sofás da sala de Papi. Acomodou-se e jamais fez menção de que abandonaria seu posto. Matou a sede e a fome e, chegada a hora de fechar a fábrica, saiu conosco e dirigiu-se diretamente ao vizinho.

Concluímos que tratava-se de uma celebridade na vizinhança.

No dia seguinte voltou e no outro e no outro e assim foi fazendo amizade com todo o povo que lá trabalha.

Na semana passada, ao observar Pulguinha, Papi teve a impressão de que ele havia emagrecido e estava abatido. Não me perguntem como meu pai olhou para a cara de uma cachorro branco e notou abatimento, mas o que importa é que ele estava certo. Pulguinha foi ao veterinário, fez exames de sangue, tomou remédios e desde ontem não mora mais na rua.

Agora sua mansão localiza-se dentro da garagem da fábrica com direito a ração, água e bifinhos, que ele ama. Hoje ele já estava infinitamente melhor e nem pensou em ir para a rua quando saímos. Foi direto para sua casinha.

Como grande parte da população mundial sabe, minha família tem 9 cães espalhados pelas casas, sendo 7 machos. Se Pulguinha adentrar algum desses ambientes, tomará um pau. Ele é muito novinho e não vou colocá-lo nesta roubada. Portanto, ele continuará morando na firrrrma. Nosso número 10.

Não há absolutamente nada no mundo mais fofo que cachorros. Nada. Tá, baleias Beluga também são fofíssimas, mas diante da inviabilidade do convívio, os cachorrinhos continuam sendo a coisa mais bela da vida. Bem vindo, Pulga.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cretinice matinal

Então. Quando eu digo que esse negócio de acordar cedo pela manhã é um hábito primitivo, agressivo e nocivo, os defensores do despertar precoce - seres cuja função no mercado de trabalho provavelmente consiste em assentar tijolos sobre cimento em horário comercial - não hesitam em me classificar como um exemplar indolente da espécie humana.

Obviamente tal conclusão não afeta em nada a evolução de meu cotidiano, já que me recuso sequer a abrir os olhos enquanto a temperatura e claridade externas não atingirem o nível mínimo determinado por mim mesma. Imaginem então as condições exigidas para que eu me levante e por fim ponha minha fuça porta afora. Trata-se de uma combinação rara, além de milimetricamente calculada.

Um exemplo de atividades suspeitas executadas antes das 10 horas da manhã: O Bom Dia Brasil, jornalístico que vai ao ar às SETE horas, exibiu esta semana uma matéria sobre os nomes preferidos pelos habitantes deste estranho país. A mesma matéria também citava criaturas que não convivem harmoniosamente com seus nomes. Sim, também nem imagino quem foi a ameba que pautou ISTO, não me perguntem. Se soubesse, o pequeno gênio já teria tomado na cabeça um 'croc intimidador de insights cretinos'.

Pois bem. Durante a referida reportagem, três personagens chamaram a atenção dos telespectadores habituados (ou não) a despertar com os animais silvestres.

A primeira, sacaneada pela mãe, foi batizada com a alcunha de Gessiana. Mas, claro, ela não gosta desta merda de nome. Compreendo. Eu também me atiraria ponte abaixo caso alguém me chamasse por Gessiana em público. Exigiria pelo menos um "Gê" aí. Curiosamente, ela é conhecida como "Jô". A razão? É por causa da Joelma (Sim, Calypso). Ela gosta muito. É aquela típica mudança de Maria Merda para Maria Bosta, na minha opinião.

Já a segunda figura que surgiu é chamada de "Gê" por todos pois também odeia seu nome. ODEIA. Gostaria de deixar claro que seu nome é apenas Geralda. Nada grave. Penso que Geralda is overreacting. Foda seria ter o nome de Genusa ou, pior, Genecilda, duas coitadas entre seus 14 irmãos. Credo.

Seguindo o apego familiar com a inicial, "Gê" deu a seu pobre filho o pitoresco name de “Goutieble”. Tirou isso de onde, essa palhaça?

Para os gênios criativos não descobertos, o que pega é juntar os nomes. Um clássico. Mas, por favor, atentem a este, especificamente: o nome do capiau é Duvan. Segundo o próprio uma mistura do nome da mãe com o do pai. Agora vem a parte importante. O nome da mãe da peça é Dulvarina. Ok, Dulvarina = Du. O do pai é Bastião.

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Bastião. A junção de Dulvarina com Bastião, em alguma dimensão desconhecida, dá DUVAN.

Agora me diga se uma pessoa que às 7 horas da manhã já está fora de sua cama merece uma merda dessas.