Preciso encontrar outro tipo de ocupação. Algo que anule as sequelas geradas por meu cotidiano.
Hoje à tarde, vejo uma mulher entrar na loja. Descabelada, suada, dizendo que não havia conseguido comprar presentes de Dia dos Pais para ninguém e precisava loucamente resolver este problema hoje. Exasperada.
Cheguei a comentar com uma das vendedoras: "essa aí toma algum psicotrópico. Ou não toma, mas deveria". A mulher era completamente nervosa e com tiques.
Foi neste momento que compreendi a origem de seu desequilíbrio mental. Logo atrás dela, avistei um moleque que, aos berros descontrolados, intercalava sua imitação de veículo automotor com gritos de "MÃE!!!!!". E foi pedalando um triciclo que este garoto adentrou o ambiente.
E desembestou corredor abaixo, manobrando a lhuca do triciclo, fazendo zigue-zagues entre as pilhas de camisas. Choque coletivo, todos colocaram uma cara estupefacta na fuça e grudaram o olhar no movimento, prevendo o pior.
O PIOR: No fundo da loja, muito próximo aos armários que abrigam a coleção de ternos tamanho extra, há um cinteiro em cujos ganchos dependuram-se centenas de cintos, claro. É um objeto grande, praticamente um totem de cintos, impossível de ser deslocado por apenas uma pessoa de boa vontade. Logo atrás, encostado no grande cinteiro há uma sequência de 10 pilhas de camisas em caixa, com altura variável entre 18 e 20 caixas.
Esta criança teve a capacidade de porrar seu triciclo contra o cinteiro, o que gerou uma segunda colisão, do cinteiro com as 200 camisas atrás dele. Após o barulho de explosão, incêndio e vidros estilhaçados, tudo veio abaixo. Sobre o menino. Que saiu dos escombros morrendo de rir e, assim, continuou a pilotar seu brinquedo pela loja.
Vai me dizer que esta pessoa não é Damien, o filho do Demônio?
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
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Um comentário:
Sinto meu útero se auto-costurar.
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