Comentei há poucos dias sobre minha incursão ao Hospital Sírio Libanês e a visita a Muso, que permanecia internado. Na verdade, minha intenção era apenas comentar sobre o fabuloso restaurante onde jantei na quinta-feira, mas achei apropriado contar a história completa sobre esta noite. Eis um breve histórico da situação:
Muso hospitalizou-se por livre e espontânea vontade. Primeiro, porque ele estava com diversos sintomas inadequados, como febre, dor de garganta, tosse, espirros, e já tentava curar-se há mais de 15 dias, sem sucesso. Segundo, porque ele é excêntrico e gente excêntrica pode fazer o que bem entender. Sempre. Assim, ele refletiu e concluiu que uma semaninha no Sírio viria muito a calhar.
Sua internação estava programada para começar na segunda-feira passada, como de fato ocorreu, e terminar ontem, sexta-feira.
Acontece que, se analisarmos a vasta lista de predicados de Muso, não encontraremos o item "pacato". E desde quarta-feira, o homem já estava demonstrando claros sinais de formiga na cadeira. E o que era previsto, tornou-se real.
Telefono ontem no final da tarde para saber sobre seu estado de saúde e ouço:
"Vou fugir do hospital, tá muito chato aqui"
E eu: "mas não há enfermeiros que entrarão em seu quarto para fornecer drogas?"
"Sim. Eles virão aplicar os antibióticos intra-venosos. Tenho que estar de volta antes da meia noite"
Eu de novo: "Mas estes antibióticos não são aplicados através da sonda espetada em sua mão esquerda?"
"Sim. Vou colocar um blaser"
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Normal. A pessoa sai na rua com um tubo fincado na mão após sua fuga hospitalar e pensa que a solução para tudo isso se resume a um blaser. Acredito que ele desenvolveu este plano pensando em omitir a presença da grande seringa enfiada em sua veia.
Chegando ao restaurante, recebemos a surpreendente notícia de que não havia nenhuma mesa vaga. Óbvio. O tempo de espera já estava na casa dos 50 minutos. Tomado pelo pânico, Muso decidiu pedir socorro ao chef e proprietário do estabelecimento, que vem a ser seu amigo. Drama revelado, sentamos em 2 minutos e meio.
Contrariado por ter que tomar um suco ao invés de álcool, meu querido amigo jantou muitíssimo bem. Houve certa pressa, mas foi possível devolvê-lo a tempo para o hospital.
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
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