Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Don Vito Corleone

Meu pai é um senhor muito sério que não consome nenhum tipo de líquido cuja composição leve álcool. Vai saber de onde eu tirei tamanho gosto pela coisa, mas enfim.

Continuemos atentos ao fato de papai não consumir álcool. Certa noite, voltando de São Caetano, ele foi parado pela puliça. Motivo: blitz com bafômetros. Encostou o carro e aguardou para que o policial estabelecesse contato. Para quem não conhece meu pai, será difícil vizualizar a cena, mas vou descrever o ocorrido assim como ele me contou pelo telefone:

Filhinha, o papai estava dirigindo para casa, quando, entrando na Arapanés, um vagabundo com tempo livre mandou eu encostar o carro. O folgado veio até minha janela e disse: "Boa noite. Estamos realizando uma blitz e gostaria que o senhor, por favor, me acompanhasse para soprar o bafômetro."



Olha que folgado, isso é jeito de falar? "Gostaria que o senhor, por favor, me acompanhasse para soprar o bafômetro", folgado esse cafajeste, viu filha".



Já fiquei cabreiro com o moleque mas fui pra não criar confusão com polícia.



Sabe o que ele queria, esse mal educado? Que eu soprasse o bafômetro! Eu disse para ele que não ia enfiar minha boca naquela coisa nojenta, onde todos os bêbados da semana já haviam babado. Daí, ele me explicou que o que tinha lá, era um novo modelo de bafômetro, no qual eu não precisaria enconstar a boca, bastaria assoprar de longe. Olha que cara de pau! Isso é jeito de falar?



Fui até lá e soprei o bafômetro. Deu zero, né. Você sabe que o papai não bebe.



O engraçadinho olhou para mim e disse:



"- Muito obrigado, senhor. O senhor pode ir embora."



Obrigado, pode ir embora? Isso é jeito de falar, filha? Além de folgado, o moleque ainda era malcriado, só fui embora para não criar confusão, viu?"

Ou seja: é mafioso ou não, meu progenitor?

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