Já citei, aqui neste brog, o sentimento de ódio que nutro pelos meus clientes. Muitos dizem que sinto isso porque sou chata e difícil de se lidar. Isso é a mais pura verdade, mas vejam se, em algumas poucas vezes, a razão não mora ao meu lado:
Cena: cliente caquético foi fazer compras, ontem, na loja. Começou com a merda do discurso "só compro nesta loja e há mais de 50 anos...." e perguntou pelo "seu" Alberto. COMEÇOU MAL.
Respondi que "seu" Alberto, que vem a ser o fundador da empresa, fato que ocorreu em 1920 mais ou menos, não está nada bem, já que o véio é falecido há uns 15 anos. OK. Quer dizer, só compra aqui o cacete, tá querendo botar banca. Como não sabia do enterro do outro?
Separou uma porrada de coisas, pediu para calcular o desconto (ódio), o que fiz sobre o valor final. Desconfiado, Matusalém pediu que o fizesse sobre cada peça, separadamente. Obedeci. Ele não conseguiu entender como as operações resultaram em valores iguais. Depois de uns 45 minutos, o velho desistiu de discutir comigo e aceitou o valor final de R$180,00. Por pouco não pulei o balcão e arremessei o antigo casal na frente de um ônibus. Sim, a velha também estava presente, calculando preços errados e me atrapalhando bastante.
Após esta saga, eles pediram para reservar a mercadoria. Voltariam hoje para pagar e levar a porra das roupas. Nem sei porque comprar tanta coisa de uma vez. Daí, morre amanhã, e a velha vai querer devolver tudo para ter o dinheiro de volta, EU SEI. Enfim.....
Hoje a tarde reapareceram. Minha vendedora quase vomitou quando disseram que gostariam de escolher mais duas camisas para levar com o resto das compras. 20 horas depois, peças escolhidas, vamos pagar esta merda e sumir, certo?
ERRADO.
Total da conta: R$260,00. R$180 de ontem, COM DESCONTO, mais R$80, COM A PORRA DO DESCONTO, de hoje.
Velho: "mas porquê 260?"
Paula: "porque tu levou 180 ontem e mais 80 hoje. 260!"
Velha: "mas e o desconto?"
Paula: "Já dei o desconto. O valor das compras de ontem era R$200,00. A de hoje somou R$87,00, o que daria R$287,00. Estou cobrando R$260,00, 0 que significa que JÁ DEI O DESCONTO, PORRA!"
Velho: "qual o valor de cada peça?"
Velha: "vamos separar tudo e somar, assim não dá erro"
Paula: "Mas já somei, podem ver os valores aqui (mostrando a tela do computador onde são passados os códigos de barra). Há o total, R$287,00 e o valor cobrado, R$260,00. Estes R$27,00 são relativos ao desconto. Maior que 10%, o máximo permitido pela loja"
(Aviso em vermelho na tela dizendo "desconto maior que o autorizado" confirmando o que eu tentava, em vão, provar)
Velha: "Você, por acaso, está tentando se dar bem em cima da gente?"
Como diz o gênio da humanidade Marcelo Mansfield: "Eu prefiro ter um filho viado do que um filho velha!"
Velho: "Vamos pagar e em casa a gente confere pra ver se está certa mesmo essa conta que a menina fez. O Alberto sim, fazia desconto pra gente!"
Eu realmente cheguei à conclusão de que preciso manter uma foice ao meu alcance para resolver casos desta natureza. Tá com saudades do Alberto? Foice nele!
A primeira faz TCHAN, a segunda faz TCHUN e TCHANTCHANTCHANTCHAN!
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
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