Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

terça-feira, 17 de junho de 2008

Executem-nos!!!

Já citei, aqui neste brog, o sentimento de ódio que nutro pelos meus clientes. Muitos dizem que sinto isso porque sou chata e difícil de se lidar. Isso é a mais pura verdade, mas vejam se, em algumas poucas vezes, a razão não mora ao meu lado:

Cena: cliente caquético foi fazer compras, ontem, na loja. Começou com a merda do discurso "só compro nesta loja e há mais de 50 anos...." e perguntou pelo "seu" Alberto. COMEÇOU MAL.

Respondi que "seu" Alberto, que vem a ser o fundador da empresa, fato que ocorreu em 1920 mais ou menos, não está nada bem, já que o véio é falecido há uns 15 anos. OK. Quer dizer, só compra aqui o cacete, tá querendo botar banca. Como não sabia do enterro do outro?

Separou uma porrada de coisas, pediu para calcular o desconto (ódio), o que fiz sobre o valor final. Desconfiado, Matusalém pediu que o fizesse sobre cada peça, separadamente. Obedeci. Ele não conseguiu entender como as operações resultaram em valores iguais. Depois de uns 45 minutos, o velho desistiu de discutir comigo e aceitou o valor final de R$180,00. Por pouco não pulei o balcão e arremessei o antigo casal na frente de um ônibus. Sim, a velha também estava presente, calculando preços errados e me atrapalhando bastante.

Após esta saga, eles pediram para reservar a mercadoria. Voltariam hoje para pagar e levar a porra das roupas. Nem sei porque comprar tanta coisa de uma vez. Daí, morre amanhã, e a velha vai querer devolver tudo para ter o dinheiro de volta, EU SEI. Enfim.....

Hoje a tarde reapareceram. Minha vendedora quase vomitou quando disseram que gostariam de escolher mais duas camisas para levar com o resto das compras. 20 horas depois, peças escolhidas, vamos pagar esta merda e sumir, certo?

ERRADO.

Total da conta: R$260,00. R$180 de ontem, COM DESCONTO, mais R$80, COM A PORRA DO DESCONTO, de hoje.

Velho: "mas porquê 260?"

Paula: "porque tu levou 180 ontem e mais 80 hoje. 260!"

Velha: "mas e o desconto?"

Paula: "Já dei o desconto. O valor das compras de ontem era R$200,00. A de hoje somou R$87,00, o que daria R$287,00. Estou cobrando R$260,00, 0 que significa que JÁ DEI O DESCONTO, PORRA!"

Velho: "qual o valor de cada peça?"

Velha: "vamos separar tudo e somar, assim não dá erro"

Paula: "Mas já somei, podem ver os valores aqui (mostrando a tela do computador onde são passados os códigos de barra). Há o total, R$287,00 e o valor cobrado, R$260,00. Estes R$27,00 são relativos ao desconto. Maior que 10%, o máximo permitido pela loja"

(Aviso em vermelho na tela dizendo "desconto maior que o autorizado" confirmando o que eu tentava, em vão, provar)

Velha: "Você, por acaso, está tentando se dar bem em cima da gente?"

Como diz o gênio da humanidade Marcelo Mansfield: "Eu prefiro ter um filho viado do que um filho velha!"

Velho: "Vamos pagar e em casa a gente confere pra ver se está certa mesmo essa conta que a menina fez. O Alberto sim, fazia desconto pra gente!"

Eu realmente cheguei à conclusão de que preciso manter uma foice ao meu alcance para resolver casos desta natureza. Tá com saudades do Alberto? Foice nele!

A primeira faz TCHAN, a segunda faz TCHUN e TCHANTCHANTCHANTCHAN!

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