Há uma fulana indescritível na academia que frequento. Sua figura me choca já faz anos e hoje, saindo de lá, sua imagem foi a última que registrei, o que me deixou apavorada e realmente com muito medo de dormir no escuro de hoje para amanhã.
Ela aparenta ter uns 45 anos, o que não posso dizer com certeza, pois a mulher é tão louca, mas tão louca, que é quase impossível especificar qualquer coisa sobre ela. Muito bem. Seu guarda roupa fitness é composto de conjuntinhos sexy monocromáticos que incluem tops minúsculos e leggings de cintura baixa "cofre à mostra" abertas nas laterais. Vamos levar em conta o fato de seu físico fazer parte da categoria "obeso".
Ela tem uma cara bolachuda e vermelha de brinquedo assassino que eu realmente não sei se nasceu com ela ou se é resultado da piração que habita seu corpitcho. Sobre essa cara, há uma cabeleira preta, com mechas loiro Carla Perez, que vai do topo da cabeça ao início da bundona. Há uma franja também, claro. Normalmente a peruca tem adornos do mundo bizarro, como elásticos peludinhos prendendo duas maria chiquinhas estilo Xuxa em 1985.
Em algumas ocasiões, é impossível checar se as chicas estão lá. Isso acontece devido à presença de algum chapéu esquisitíssimo que ela enfiou na cabeça. Sim, ela vai á academia de ginástica com chapéus esquisitos. Pode ser um chapéu de comandante de avião, de cowboy, ou uma boina de paetês. Hoje, por exemplo, ela estava com um belíssimo chapéu de caipira, com trancinhas penduradas, babados cor de rosa, um elástico prendendo o adereço em seu queixo e tudo mais. Sua roupa era azul bebê. Para dar o contraste, entende?
O mais estranho de tudo isso que acabo de descrever, é que as pessoas convivem com ela como se tudo, mas tudo mesmo, estivesse absolutamente dentro da normalidade. Já tentei trocar olhares com outras pessoas nas tantas vezes em que me assustei com sua chegada. Mas ninguém até hoje foi meu cúmplice. Tudo está ótimo.
Estou quase desconfiada de que esta pessoa é uma alucinação de minha mente, resultado de alguma substância química que um dia tomei e "não voltei".
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
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