Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Copamar

Diariamente pergunto aos céus o que fiz de tão grave na vida para merecer os vizinhos que me cercam. Não é de hoje que o grupo de pessoas que me rodeia é composto por seres de comportamento indizível, mas, antigamente, eles vinham aos poucos. Agora, tenho uma horda de gente estranha habitando quase todas as casas que fazem fronteira física ou visual com meu lar.

Já havia comentado sobre o psicopata da obra. Mas, milagrosamente, foi apenas uma fase. Assim que a porra da reforma terminou, tudo voltou ao normal, nunca mais o vi, nem a nenhum integrante de sua família, o que me contenta por demais. A macumba funcionou. Ele mora na casa dele, eu na minha, nós NÃO nos conhecemos e sinceramente pretendo que as coisas permaneçam assim. Este comportamento está diretamente relacionado com o princípio "não quero mais amigo, já tenho amigo". Como ele já está há mais de 6 meses sem me pentelhar, ganhou o direito de um "oi tudo bem" caso eu venha a encontrá-lo no meio da rua.

À minha esquerda, está localizada a residência de um ser que, normalmente, também não importuna. Claro que não estou contabilizando a ocasião em que essa figura contratou o elenco de "O Massacre da Serra Elétrica" para fazer a poda de suas árvores. Durante 1 semana, obviamente dentro do período em que eu desfrutava minhas férias prolongadas, a impressão que eu tive foi de que havia 470 maníacos ali cortando coisas aleatoriamente. Das 7 da manhã às 7 da noite. Creio que não sobrou absolutamente nada naquela casa. Pensando bem......faz tempo que eu não vejo esses vizinhos.......bem......será? Calalio, devo ligar pra algum tipo de autoridade? Teriam eles virado strogonoff?

À minha direita, mora uma velha desgrenhada que possui um matagal no local originalmente planejado para abrigar seu jardim ou coisa do gênero. Tenho certeza de que em sua cozinha há potes com etiquetas identificando os seguintes produtos:

Asa de Morcego; Casca de Barata; Baba de Lacraia; Orelha de Ratazana; Pata de Aranha.

Os quais ela usa em poções confeccionadas em seu imenso caldeirão. E no porão, há uma jaula com duas criancinhas que ela está engordando com deliciosos doces para que fiquem suculentas quando forem assadas em seu forno.

Sério.

E a filha dela é igualzinha. Parecem duas LOUCAS descabeladas que dirigem um Corcel I todo enferrujado e um Del Rey dourado, mas daqueles que era dourado claro em cima e dourado escuro embaixo, manja? De onde elas tiraram essas merda? Confessar que eu to atrás da produção do "Hoarders" porque eu tenho certeza de que aquela casa renderá o melhor episódio da história do show. OU eu posso começar a produzir o "Hoarders Brasil", é uma, hein. Ligar pros colega da O2 amanhã cedo.

Logo em frente à minha casa, atravessando a rua, temos uma vaca com síndrome de CET. Ninguém, em momento algum, pode estacionar qualquer veículo na rua, sem ser molestado por esta puta. Quando digo "estacionar na rua", quero dizer estacionar na rua mesmo. Não em frente à garagem da sujeita, não sobre sua calçada, não passando com as 4 rodas da Silverado sobre seu canteiro. Simplesmente, ela não permite (!) que nenhuma pessoa estacione um automóvel ali, no meio fio, local que Deus criou especificamente para tal finalidade.

Vai cagar no mato, por favor. Obrigada.

Logo que eu me mudei, esta stronza apareceu na minha porta pedindo para que eu tirasse o carro da rua. Que se não houvesse espaço na minha garagem, que eu estacionasse em outro lugar. Juro que na hora não entendi (óbvio), disse "jóia!", virei as costas e entrei de volta em casa, ignorando solenemente a inconveniência daquela pessoa viva.

Foi só quando eu vi a cena se repetir que entendi a intenção deste ser. Olha que graça:

Minha irmã estava aqui e a corna veio tocar minha campainha. Procurava a dona do carro que estava na rua. Ele deveria ser retirado do lugar. Sem entender picas, Gabi foi lá e entrou na garagem. Conversa vai conversa vem e TCHARÃ: atinamos o ocorrido. Entramos em estado e choque e acho que devemos nos recuperar apenas após a Copa de 2014.

Se fosse um prédio, seria o Copamar, do título. Ou o Jambalaya, ainda mais atual.

Aceito sugestões sobre bons métodos para eliminar este bijou. Adianto que não aceito nada que não inclua tortura.

Beijos.

4 comentários:

Red disse...

Sugestão:
Vaca: "Tire o seu carro da rua"
Vc: "Carro? Que carro? Eu não tenho carro!"
Vaca: "Aquele carro estacionado lá."
Vc: "Não tem carro nenhum lá, minha senhora."
Vaca: "Aquele carro de cor X, modelo y, parado lá"
Vc: "Senhora, eu não estou vendo nada. Tem certeza que a senhora está bem? Quer que eu chame um médico?"
Vaca: "Mas eu..."
Vc: "É melhor chamar a polícia, né? Nunca se sabe, melhor prevenir... um instantinho só, eu já venho"

E BLAM!

Red disse...

http://mesadebotequim.blogspot.com/2004/12/show-de-horrores-eu-j-deveria-ter-ido.html

Pra vc saber que não está sozinha neste mundo.

Paulinas disse...

Estou indo, já, neste momento, tirar meu carro da garagem e estacioná-lo no lado oposto da rua, em frente à casa da mulher. Não vejo a hora de minha campainha tocar.

Bizarro disse...

Pô Paulinas, você mora na Ilha do Dr. Moreau?