Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Se o meu balcão falasse

Se tem algo que eu sempre digo - e que se aplica a inúmeras situações de minha vida - é que essa vida de balconista ainda me comprometerá mentalmente. A quantidade de situações infames que uma pessoa aparentemente normal passa a observar a partir do momento em que tem a péssima ideia de abrir uma porta no meio de uma rua para vender coisas é algo inominável.



Outro dia, minha bela amiga Fê (um ser balconista assim como eu) me contou sobre uma maluca que adentrou sua fina loja localizada no bairro do Morumbi, trajando algo que se assemelhava a um sarongue ou coisa do gênero, encharcada estilo "mergulho completo na agua". A figura, formando uma poça ao seu redor, iniciou a conversa comentando o calor extremo daquele dia. Fê, uma otimista, logo se animou e, aliviada, pensou que tinha a explicação prática para ter uma imbecil de canga pingando sobre seu caro chão.



O sorriso de compreensão foi brutalmente eliminado quando a pessoa, debruçada sobre seu balcão, tendo na fuça uma expressão definitivamente psicotica, pergunta cochichando: "ei, ei! você tem um lápis de olho pra me emprestar?"



Antes que a bela Fê (agora com um sorriso amarelo canário grudado na cara) tivesse tempo de tomar fôlego e formular resposta, a Maria Louca emendou: "e vendedora?? tá precisando?". fez a pergunta ao mesmo tempo em que virou nos pes e se pos a correr porta afora.

Neste momento surgiu a dúvida sobre dois temas: 1) ataque incontrolável de riso e 2) entrar no carro e ir embora. Para sempre.



É por isso que eu sempre digo: se você resolver comprar qualquer porra que seja, entre na loja, escolha, pague e SUMA. De preferência não volte pra trocar. Não serviu? Repasse. Não gostou? Foda-se. Simples assim. Nem pense em fazer pedidos exóticos ao vendedor. Ele não tem carinho ou ternura por você, isso não se agrega à compra efetuada.



Eu confesso que, como já atingi por direito o estágio da loucura gerada no balcão, estou desenvolvendo uma técnica infalível para amenizar os efeitos de chatos, doidos e afins em meu estabelecimento comercial. Só posso adiantar que ando praticando rugidos leoninos em frente ao espelho.

Um comentário:

iSzabo disse...

paulinha!!! estava aqui morrendo de rir com suas historias e de repente me vejo fazer parte uma delas....olha amiga mto obrigada por todos os elogios a minha pessoa e ao meu estabelecimento e concordo em genero numero e grau com todas as palavras deste maravilhosos texto!!!e o q eu sempre digo é o seguinte: Deus ta vendo!!!!hahahaha, bjssssss