Pina Coladas

Foi esse, basicamente, o conteúdo do recado que me acordou no sábado as 6 e 30 da manha. Justo quando eu resolvo adotar uma vida normal, em que costumo repousar neste horário, ao contrário de estar pulando e consumindo substâncias ilícitas em algum lugar suspeito. Do outro lado da linha, Sam, que cantava e dançava na sala de sua residência carioca após mais alguma festa ninja, tentava me dizer algo no idioma de Socana. Devido à impossibilidade de articulação constatada (perspicácia pura) naquele momento, creio que ela achou mais adequado usar a linguagem universal dos grunhidos com música para tentar me passar sua mensagem. O que ouvi, foi uma tentativa de comunicação entremeada com o refrão de Escape, melóóódia reconhecida como um dos hinos mundiais dos Bêbados Unidos.


Sam: "Se liga no refrão! reeeeeefrão, reeeeeefrrrãããão!" ao fundo: "if you like Pina Coladas..."


Sam: "ouve a múúúúúúsica, vamos cantaaaaaarrrr" e ao fundo: "...and getting caught in the rain...."


Sam: "cantaê penteeeeeelhaaaaa!" trilha acidental: "if you're not into yoga"


Sam: "você e uma vaaaaaaca, canta! me liiiiiiiiiiigaaaaaaa!" e o som: "if you have half-a-brain....."


Desnecessário comentar o volume de som e voz e dizer que a canção foi gravada integralmente no recado.


Uma coisa que muito me chama a atenção em relação aos meus mais siameses amigos é aquela velha máxima "vai ano, vem ano e nada muda, não enxergamos evolução e apenas regredimos". O tempo passa e as pessoas preservam e aprimoram de modo notável seu âmago. Os anormais atraem seus iguais, benhê.