Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Misunterstoods

Ando naquela fase sinistra da vida onde tudo o que digo, respondo ou comento é mal interpretado. Ninguém entende o que eu quis expor e vou contar pra vocês que essa dinâmica baseada no mais puro surrealismo está a me surtar de um jeito que estou seriamente considerando a hipótese de simular uma completa MUDEZ gerada por algum tipo de fungo tropical e nunca mais dizer nada a ninguém.

Tal atitude me ajudaria em termos, uma vez que estou enfrentando a mesma dificuldade diante de meus comentários, respostas ou perguntas efetuados por escrito também.

Tenho a nítida impressão de que, apesar de ter nascido e vivido quase toda essa minha vida idiota aqui neste país tenebroso, ando realmente falando algum tipo de língua estranha ou extinta, não sei especificar qual, mas estou certa de que português -ou inglês, francês, espanhol, italiano, até mesmo alemão - não é.

Idiomas como Russo, Neerlandês, Persa, Roncalês, Dálmata, Hieróglifo, Sumério, Acadiano, Bo, Urdu, Bengali, Katakano, entre outros, integram minha lista de possibilidades.

A coisa está assim, grosseiramente exemplificando:

"Oi, que dia é hoje?"

"Segunda."

"Não entendi."

"Hoje é Segunda-Feira, dia 19 de novembro de 2012"

"E isso é minha culpa?"

"Não, apenas estou respondendo a pergunta inicial: que dia é hoje."

"Olha, eu não tenho nada a ver com sua falta de responsabilidade, você devia ter comparecido à consulta médica."

"Mas sobre qual consulta médica você fala?"

"Sabe, eu já tenho muitas preocupações na vida, não venha transferir esta dívida para minha família."

"Consulta. Data. Dívida....não entendi, mas diga o que você precisa saber que eu prometo me dedicar ao máximo para o esclarecimento da questão"

"Quem me garante?"

"Eu garanto. Juro que te respondo, desculpe-me, achei que você só queria saber que dia era hoje."

"Não estou aqui para não mergulhar na piscina apenas porque você não aprova."

"Piscina? Calma. Onde você está? Tá tudo bem?"

"E tem outra: eu não como frango. Cadê minha confirmação?"

"Qual confirmação? De quê? Da data? Médico? Piscina? Que dívida é essa? Cadê o frango?"

"Não mude de assunto. Concordo plenamente, bonito o traje seu."

"Hein?"

"O sol inunda a sala."

Claro que não descarto a já comentada falta de talento para o tão usual costume de saber ler e, mais complicado ainda, interpretar o texto, que anda assolando a galera que reside em território nacional.

Mas PORRA.

Desisto, viu. Pensem o que quiserem. Entendam o que for de sua preferência. Tanto faz.

Já sou louca o suficiente pra neguinho achar que ainda há espaço disponível na minha cabeça pra mais piração.

Vão se foderem-se.

Beijos.

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