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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Fato curioso

Cidadãos de um grande país, umas das maiores potências mundiais, cujo nome não citarei porque nem to numas de ser apedrejada por ofendidos nativos, moradores ou simpatizantes, no geral, NÃO SABEM que precisam daquela paradinha chamada visto para entrar no Brasil.

Simplesmente não sabem.

Todos os que passaram pela minha mão até hoje, e não to falando aqui de 3 ou 4 caras, estou me referindo a muitas dezenas, quase uma centena completa, demonstraram imensa surpresa e indignação no momento em que tomaram conhecimento desta inusitada formalidade.

Sem exceção.

Minha sorte é que tenho o costume de sempre partir do princípio que os outros são retardados e por isso ensino tudo a todos, assim como professoras primárias ensinam às crianças de 4 anos que deve-se lavar as mãos antes de almoçar e escovar os dentes após a refeição. Se pá, deve ter alguém por aí levantando a hipótese de ser eu a retardada, mas vai por mim, galera não tá ligada em nada. Ninguém sabe lhufas, é uma tristeza, viu. Ter que desenhar o básico pra nego captar a mensagem não constitui risco.

Imagina se eu acho que o cara, por ser um executivo que roda o mundo, obviamente tem noção de que deve pelo menos se informar sobre os trâmites que envolvem sua ida para determinada localidade. Imagina. Era eu, de ponta cabeça na fogueira, queimando pelo avesso sob os gritos de "miserável, herege, você estragou nossa viagem".

Eu, né. EU estraguei. Não foi a imbecilidade bestial do infeliz e de sua secretária. Fui eu, claro.

Mas vamos dar um desconto. Não dá pra exigir que todos saibam que existe esse negócio de imigração, visto e permissão para entrar em certos países, uma vez que o mundo sempre foi unificado e faz menos de um mês que dividiram tudo, criaram fronteiras e inventaram um documento muito louco chamado passaporte. O passaporte é estilo um livrinho que controla, através de carimbos, sua entrada e saída de regiões diversas para que não haja invasão, tumulto, ANARQUIA. Nele também consta a permissão para entrar em muitos lugares que não o país onde a pessoa nasceu. Esta "permissão" que também especifica quanto tempo a criatura pode ficar e o que ela pode fazer lá - trabalhar, passar férias, estudar, dar o rabo, etc - é o quê? O VISTO. Quem imaginaria? Afinal, antes todos éramos cidadãos da Terra, daí vem um louco qualquer e inventa um troço desse, quer dizer, fica difícil mesmo. Eu mesma fiquei sabendo de tudo antecipadamente por causa daquela história que já contei aqui: apenas os descendentes diretos de Jesus Cristo e Albert Einstein têm acesso à determinadas informações. Como minha família é metade alemã e metade de Nazaré, recebi este comunicado algum tempo atrás. Privilégios, coisas de ascendência, nem todos têm essa carta na manga.  

PORRA.

Após o embasbacamento causado logo que tomam conhecimento deste estranho costume - tirar visto para TENTAR entrar nos países que o exigem, dependendo da sua nacionalidade, vem a pergunta que tanto temo: 

"Mas COMO que eu tiro esse visto?"

Como assim, COMO? Vai no Consulado do Brasil que tem aí perto da sua casa, mano. Como. Como COMO? 

Olha, amigos, uma coisa é achar que a capital do Brasil é Buenos Aires. Outra, completamente diferente, é não saber como se pede um visto e achar um absurdo inominável viver em um mundo onde há, para 7 bilhões de neguinho, ninguém fora da lista, tal exigência.

E eu aqui, achando que já tinha visto de um tudo nessa vida.

Tolinha.

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