Aquela coisa que a parcela da humanidade à qual pertenço - o ser humano imbecil - tem de não se deixar abater, né. Não basta ir pro baixo (BAIXO) Augusta outro dia aí e participar de uma experiência antropológica digna de ser estudada. Tem que voltar no lugar pra ver se tudo continua estranho mesmo ou se foi só impressão.
Pois bem. Foi assim que na sexta-feira passada eu e Lelê (quem mais poderia me acompanhar nesta jornada, pergunto eu) fomos parar no requintadíssimo Bar do Matão. 3 estrelas no Michelin, uma loucura. Pelo menos não cometemos a sandice de repetir a Isaura, uma vez que nossa última incursão ao estabelecimento deu no que deu. Sabedoria é realmente um treco que vem com a experiência, não há como negar tal fato.
O fabuloso Bar do Matão situa-se bem ao lado da portinhola que dá acesso a um daqueles puteiros que eu nem saberia descrever. [Detesto parecer repetitiva, mas insisto] E OLHA QUE EU JÁ VI DE UM TUDO NESSA VIDA. Tenho para mim que foi um lugar como esse que inspirou Tarantino na construção de seu memorável strip club mexicano "Titty Twister". Pelo que dá ali na rua, é igualzinho, só que sem a Salma Hayek nem o George Clooney. Ali, quem protagoniza o Satánico Pandemónium certamente é o travesti vestido em couro cas bunda de fora com o qual fizemos uma linda e profunda amizade, que nem mesmo a força do tempo irá destruir.
Bem. Muito bem. O segurança da porta do Matão não estava lá muito bem entendendo qual era nossa relação com aquela figura estranha, mas isso realmente não importa, pois a frequência do bar em si é um caso a parte. Perdidos na noite, mendigos, bichas, putas, muitas putas seminuas, punks, travecos, freaks, gente fantasiada e o interessante nisso tudo é que não existe um banheiro feminino e outro masculino. Você desce uma escadaria, dá de cara com 3 mesas de sinuca e lá no fim do corredor há 2 portas. Dane-se. Escolha no uni-duni-tê, pois nem sempre a menor fila é a que te levará ao......toilette, digamos.....mais rapidamente.
Pessoas entram aos grupos ali dentro e VAI SABER o que estão fazendo e quanto tempo hão de se demorar. Foi assim que Lelê arranjou uma briga (nossa, que situação impensável, hã? logo ela, a pessoa que tem por princípios não tretar com seres suspeitos no Baixo Augusta) justamente com uma parte da turma que ocupava a mesa logo atrás da nossa. Com a outra metade, os que permaneciam sentados, eu, concomitantemente, acabava de fazer uma amizade pura e verdadeira, que nem mesmo a força do tempo iria destruir, vejam que COISA. Quase fui obrigada a fazer a pomba da paz com as mãos, mas enfim. A gente sabe lidar com esse tipo de ocorrência, isso é o que realmente importa aqui.
Mas o mais interessante de se ir ao....hã....toilete no Matão é a oportunidade única de observar a sinuca que rola no dito salão e descobrir que nem sempre o objetivo do jogador é encaçapar a bola da vez. Foi ali que me elucidaram no sentido de que, dependendo das regras, você tem mesmo é que arremessar a bola longe, mirando a cara de alguém que está na fila, ou algum ponto pré estabelecido (ou não) no teto.
A vida é mesmo um eterno aprendizado.
Você também descobre que esse negócio de bola preta, bola branca é tudo frescura. Vi no lugar mesas com 37 bolas vermelhas e 4 amarelas; 18 bolas brancas e 8 verdes; 12 bolas pretas e só....quer dizer: taca as bola na mesa e vai jogando longe, rapá. Tem essa de corzinha não. Apenas garanta que ela voe alto. Eu ia perguntar qual era o nome exato dessa adaptação da modalidade, mas chegou minha vez de adentrar o......hum.....toilette e perdi a chance.
Preciso voltar lá e me informar direito. Parece que alguns participantes devem tentar matar quem passa pelo corredor dando com o taco na têmpora do cara, mas realmente tenho que perguntar de forma mais específica sobre esta norma em si. Conhecimento nunca é demais.
Afinal de contas, Lelê acaba de adquirir uma belíssima mesa de sinuca para sua nova residência.
Tamo aberto etc. Bolas defenestrar-se-ão.
bjs.
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
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Um comentário:
Baixo Augusta roots, sem frescura: Aí sim.
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