Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Aquela obrigação que a gente tem de conhecer todo mundo só porque é da mesma cidade. OU: Essa é a mistura do Brasil com o Egito.

Este é um post em homenagem à Querida Lika. Para quem não a conhece, estamos falando aqui de uma GRANDE ARTISTA ítalo-brasileira. Tudo começou com uma fabulosa descoberta geográfica feita por ela e relatada neste pulgueiro em um antigo post, lá pelos idos de 2009, cujas entrelinhas continham uma história secreta envolvendo nossa diva italiana e Anne Frank. Hoje, finalmente tive acesso às informações ainda não reveladas por esta saudosa emigrante. Resumindo, ela meio que se explicou ali nos comments do post supra citado e ficou me devendo o tal relato. NÃO EDITAREI. Porém, darei uma sequência aos fatos da seguinte maneira: postarei o texto original novamente - o da grande descoberta que a transformou quase que em um Cabral dos anos 2000, a explicação do fato, vinda de próprio punho (punho da Querida Lika, sem confusão, gente) e a façanha da qual estamos falando agora, também narrada pela própria. O elemento. A emigrante. Nossa Querida Lika. Vamos lá:

1 - TEXTO ORIGINAL:

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Máximas - Mapa Mundi


Hoje Muso embarcou para o Cairo. Como somos uma turma xipófaga e farofeira, organizamos nossa tradicional e lotada mesa e fomos todos almoçar com ele, já que passaremos os próximos dez dias sem nosso amiguinho por perto.


A conversa girou em torno de merdas em geral, sempre obedecendo o tema "Egito". Foi quando Gabi, minha irmã, se lembrou de uma conversa muito esclarecedora que teve há tempos com a querida amiga Lika. Querida amiga descolada, dona de intelecto altamente desenvolvido, cidadã européia e viajandona, que fique claro. Foi mais ou menos assim:


Lika: "Menina, o Egito fica na África, você acredita? Nunca tinha parado pra pensar que o Egito, na verdade, fica na África. Que loucura isso, né?"

Gabi: "Sim, e aonde você achou que ficava o Egito, criatura?"


Lika: "Sei lá! No Egito mesmo, ué!"


Isso é sequela. Tenho certeza.


2 - EXPLICAÇÃO DA "MESMA":

"HAHAHAHAHA. Hola que tal a todos...Gostaria imensamente de esclarecer a proveniência dessa minha teoria egipiciana, já que ela entrou para os nossos ANAIS...

Na minha primeira viagem à Europa eu fui dividir apartamento com umas pessoas da ALBÂNIA (que sinceramente até hoje nao sei muito bem aonde está) e meu ex namorado me dizia:


"Lika, nao vá morar com albaneses. Eles não são pessoas confiáveis" (readaptei o texto porque fico com medo de causar uma guerra entre povos, caso nossa grande amiga Paulinas tenha algum amigo albanês). Porque na verdade ele dizia:


"Caralho Lika, essa raça não vale nada, são uns ignorantes"


Enfim. Um belo dia estava arrumando meu cafofo e a menina albanesa que morava comigo entrou no quarto, pegou minhas fotos do Egito e disse:


"Nossa, você foi pro Egito...tenho vontade conhecer essa parte da África."


Quando meu namorado me ligou, falei pra ele (com cara de inteligente):


"Simon, você tem razão. Os albaneses são muito ignorantes.Você sabe o que a menina falou pra mim hoje? QUE O EGITO FICA NA ÁFRICA."


Depois de alguns minutos de silêncio oriundo do lado de lá do aparato telefônico, o namorado consegue perguntar com muito esforço:


"Lika, mas onde você acha que fica o Egito?"


E aí vem a minha gloriosa resposta de MINA DO ABC que nem sabia que a África era um continente:


"Ué, no Egito, UÉ. Por acaso você já viu algum negão no Egito?"


Enfim novamente. No meu aniversário de namoro ele me deu um Mapa Mundi de presente.


Quando der eu volto com a minha pérola sobre a Anne Frank"

A partir daí, amigos, ela nunca mais me deu uma satisfação. Desapareceu. Achou que eu fosse me esquecer dessa dívida de sangue. Hoje peguei a maluca pelos colarinho via FB e exigi esclarecimentos. Tem TRÊS ANOS que estou esperando isso, dava até para eu ter morrido nesse meio tempo sem saber, vai vendo. Olha a gravidade da situação. Porra. Vamos prosseguir.


3 - FAÇANHA - PÉROLA ENVOLVENDO ANNE FRANK - Por Lika, a retirante que retirou-se com classe, uma vez que se mandou para o velho mundo:

"Bom, quando eu cheguei aqui na Oropa, mais precisamente na Itália e exatamente no ano de 1999, ainda éramos conhecidos mundialmente como uma tribinho de índios lá dos tropicos. Éramos mulatas do Sargentelli travelling around the world and looking for an up grade in their lives.

Toda vez que eu chegava em algum lugar e dizia que era brasileira, um estrangeiro qualquer me dizia:

- Ah, BRAZIL?? Where?

Ao que a trouxa aqui respondia:

- São Paulo

Daí o ser dizia:

- Ahhhh São Paulo, voce conhece a Vanessa? Ela é loira, meio alta e meio baixa...

No começo, com o meu idiolatim bem meia boca, eu tentava explicar que São Paulo era maior do que a Itália inteira, mas depois do quinto imbecil, começei a dar o seguinte texto:

- Ah a Alexandra, conheço. Ela mora cinco árvores pra baixo da minha, nós pegamos bananas no mesmo cacho quase toda a semana.

Bom, o tempo passou, eu fui descobrir mundos, tipo Holanda, lugar incrível aonde, por um momento, eu pensei em largar essa idiotice de ser inteligente e virar "prima". Porque lá o negócio é tão profissional que a mulher do Belo ia ficar com vergonha.

Depois de lindos 3 meses de coffee shop, volto para a terra do macarrão e encontro com duas bibas italianas que conheci antes de viajar. Depois de 15 garrafas de vinho as bibas me perguntam:


- Amore, a Holanda é o maximo né? Foi conhecer a casa da Anne Frank? (detalhe: com lágrimas nos olhos)


Eu com o idiolatim afiadíssimo e cheia de mim, virei para as BI e disse:


- Gente, vocês na Itália são uns pazzo mesmo. Sabe quantas pessoas têm na Holanda? Como é que eu ia conhecer justamente essa amiga de vocês, Anne, e além de tudo ir na casa dela?


Bom, eu nao tenho talento o suficiente para narrar a cara das biba, que nao sabiam se eu estava brincando ou falando sério...Preciso esclarecer que falava sério? Penso que não, sim? Não[não preciso]. Sim [estava]. Quando cheguei em casa e contei essa história, a tribo que morava comigo cagou de rir até o sol raiar"



Nós imaginamos, Querida Lika. Temos a imagem nítida em nossas mentes. Se Assis Valente soubesse disso, jamais diria que o cara vestiu uma camisa listrada, saiu, por aí, daí a batucada foi começando e apesar da cabocla não deixar nem consentir que se debochasse dela ele pegou as coisas da sujeita, DEU O QUE FALAR, se fantasiou de Antonieta e dançou no Bola Preta até o sol raiar. 


Isso começaria com "vestiu uma camisa listrada e encontrou a Lika na Itália" - finalizando com "cagou de rir até o sol raiar". 


SEM DÚVIDA. 

2 comentários:

Cheshire cat disse...

Essa história da Anne Frank é sensacional, sério mesmo.

Paulinas disse...

Xará.....se vc conhecesse a protagonista....ia passar 7 dias rindo. mas pense: a coitada desenvolveu o trauma "vc é de SP? Minha prima tb. Ela chama Carolina". Totalmente compreensível, na minha opinião. Olha ni qui qui deu.