Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Civilidade - Segundo Ato

MOTORISTAS X PEDESTRES

Aquela história que grande parte do globo terrestre já entendeu mas que, aqui nesta província, parece um conceito relacionado à teoria da relatividade ou às grandes questões que envolvem a vida após a morte.

Incompreensível. Ninguém entende.

Você está lá na rua, dirigindo seu carro. Daí, tem que virar numa rua à direita onde não há semáforo. Nessas, tem um cara vindo a pé, atravessando a tal rua. Ele já está no meio da rua, OKÁ? Como proceder?

a) fazer a curva e jogar seu automóvel sobre a faixa mirando no transeunte, visando assim um alvo móvel. Idoso vale 50 pontos, criança 45, adultos 20. Se estiver chovendo você ganha um bônus de 5 pontos e uma vida extra;

b) PARAR seu carro no meio da grande avenida onde você está e esperar o cara atravessar. Esperar também a mina que ainda não chegou ali na beira da calçada e o cara que está vindo logo atrás dela. Aproveitar e aguardar a senhorinha de bengala que está conversando com o porteiro do prédio mesmo sem ter certeza sobre sua intenção em relação à travessia. Causar um congestionamento de 20 km e ficar sabendo no dia seguinte pelo noticiário que "jovem senhora teve um derrame cerebral por conta do transito caótico da cidade de São Paulo". Porque estou quase certa de que é este o meu destino.

c) Reduzir a marcha, dar a seta, fazer a curva devagar deixando a pista da avenida livre para quem vem atrás e não pretende entrar na tal travessa, aguardando que o cara termine de atravessar a via e assim, logo que ele sair do seu caminho, ir adiante e seguir a vida. Desse jeito fué mesmo. Sem emoção.

É com imensa tristeza que digo: em um grupo de 100 pessoas, MEIA escolhe a alternativa correta. MEIA.

Como é que esse gente conseguiu alfabetizar-se, Pai amado? Como conseguem amarrar os próprios sapatos?

Povinho.




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