Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Dialetos e incêndios

Amiga hospedou um primo do Recife em sua residência paulistana. Tarde da noite, sentada no sofá da sala, já na décima sétima garrafa de vinho, avista o cidadão descendo as escadarias aos pulos, em pleno ataque de histeria, gritando como um louco:

"Ana! Anaaaaaaaa!!! O alcatifa está pegando fogo, acode, o alcatifa tá pegando fogo, FOGO!!!!!!"

Calmamente, serviu-se de mais uma taça de goró e, considerando a hipótese de estar alucinando, pôs-se a pensar o que viria a ser um alcatifa e o porquê de tamanho escândalo em torno deste objeto/animal//vegetal/pedra indeterminado que queimava no andar superior.

"O alcatifa!!! O alcatifa!!!!! Ana!!! O alcatifa!!!"

Acendeu um cigarro, deu um longo bocejo e diante da gritaria sem fim, decidiu por levantar-se e ir até lá, esperando com isso que o sujeito calasse a boca.

Chegando ao segundo andar, o que ela viu foi seu CARPETE INTEIRO em chamas. Inferno na Torre.Quase morreu do coração e os bombeiros foram acionados. Tanto os olhos dela como os do primo esbugalharam-se e jamais voltaram à posição original.

Desde então, adotou como leitura de cabeceira as edições revisadas do Houaiss.

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