Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

domingo, 12 de outubro de 2008

Bee Attack

Sabe aquela história de que resquícios de alimentos, como pingos, migalhas e farelos, "juntam bicho"? Provavelmente a avó de todo mundo, pelo menos uma vez na vida, teve a oportunidade de lançar tal profecia com o objetivo de repreender algum incauto.


"Não coma no quarto! Comida no quarto junta bicho!"


"Não leve o prato para o sofá! Senão junta bicho!"


"Não largue o pacote de bolachas aberto! Bichos!"


"Sorvete no carro, pinga e cria bicho!"


Não sei se tais preocupações seriam pura neura de vovó e, o que é realmente importante, nunca foi constatada a veracidade de tais informações, já que nunca juntei, criei ou chamei bichos para dentro de meu lar. Eu diria, inclusive, que minha residência é ambiente inóspito para cobras, lagartos, sapos, insetos e seres rastejantes em geral.


Até hoje.


Todas as definições citadas no parágrafo acima estão com seus conceitos sob questionamento, após o ocorrido neste belo dia de Domingo.


Tradicionalmente, Domingo é dia de party lunch para a família, amigos, agregados e afins, aqui na residência. Hoje, após arrasar preparando seu peixe ao creme de leite e bananas + penne com cenouras e gengibre, Lulis, cunhado e um dos chefs residentes, decidiu flambar umas frutinhas. Para servir com um sorvetinho. Tal procedimento utilizou frutas tropicais, Ballantines, Drambuie e MEL. Que foi, obviamente respingado por toda a cozinha devido ao ateamento de fogo à frigideira, somado à performance estabanada típica deste chuchu de menino que é Lulis.



Em menos de 10 minutos, havia quase 20 abelhas dentro de minha cozinha. Insetos refinados que gostam mesmo é de um bom flambée. Um ataque aéreo, não me perguntem de onde saíram os bichos. Ouvia-se até o barulho das abelhas na cozinha. Pânico.


"Até o Jerry veio na minha festa"


Sim, tenho medo de abelhas de mariposas, de vaga-lumes e de qualquer espécie de bicho voador e insetos em geral. Moro em uma cidade civilizada e não fui criada para dividir meu espaço com criaturas peçonhentas. Mesmo que haja 40 tipos de alimentos melecados, doces, farelentos e esmigalhados expostos em minha cozinha, teoricamente, atraindo tais bichos.


No começo do ano tomei uma picada monstra de uma abelha e quase fui parar no Instituto Butantã, tamanha a inflamação que criou-se na perna mordida. 'Traumatizei'.


Ou seja: a lenda revelou-se real. Vovó sabe tudo.


** Claro que a cozinha passou por um processo de desinfecção neurótico e as abelhas foram devidamente expulsas. Caso contrário, eu estaria em um hotel.

Um comentário:

Mosana disse...

estou solidária a sua aflição.
odeio abelhas e insetos afins.