Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Fuerza Bruta

Domingão, minha pessoa completamente desprovida de condições que me permitissem levantar de minha king size, recebo um telefonema. Na linha, Muso, comunicando que iríamos comparecer ao espetáculo Fuerza Bruta, em cartaz na arena montada no meio do Parque Villa-Lobos.

Confesso que hesitei. Minha preguiça, unida ao vendaval que certamente enfrentaria naquele descampado dos infernos, quase me obriga a declinar o convite. E, vamos combinar, não sou alguém que associe vanguarda e surrealismo à entretenimento. Acho papo planta, mas vá lá, ok. Fui, pricipalmente para escapar da conversa "você perdeeeeeuuuuu, é o máximo, nunca mais haverá na terra algo semelhante, a partir de agora você é um ser inferior, como ousou dar as costas a tal genialidade, yada, yada, yada".

Se vale a pena? Se é bão mesmo?

Depende. Se você é uma menina de bom gosto, além de se divertir com toda a engenhosidade do espetáculo e não estar nem aí para a história da "natureza poética violenta e bela", você terá o prazer de reparar que, no grupo de 11 atores que integram a trupe, há uns 3 ou 4 cucarachos moooito bonitos. Daqueles que não encontramos com facilidade vagando por aí. Daqueles que te fazem pensar em como seria viver na Argentina.

Se o espetáculo consistisse nestes meninos cantando "A perereca da vizinha" num palquinho de circo, o esforço continuaria valendo.

Que mané "linguagem e propósito abstratos"!

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