Saí desembestada de casa ontem para votar. Por alguma disfunção química ainda sem cura, meu potente cérebro não possui a capacidade de se organizar para que meu voto seja computado antes das 4 e 50 da tarde.
Como já estou adaptada a esta condição, sei exatamente onde largar o carro para sair correndo e qual escadaria subir sem enfrentar transeuntes e assim, chegar à tempo de pegar a urna ligada.
Processo "pressa" concluído, adentrei a sala aos tropeços, tomando o cuidado de desviar de um senhor de chapéu que cruzei na porta de entrada. Quando entreguei meu título ao mesário metaleiro trajando uma camiseta do Megadeth que atendia os eleitores, noto que ele olha fixamente através de mim. Na verdade, ele não estava nem me vendo. Sua atenção estava totalmente voltada para a pessoa localizada atrás de mim. O senhor que quase atropelei.
Neste momento, o metaleiro levanta-se e, emocionado, quase gritando, diz:
"Seu Raul!!!!! Deixa eu cantar pro senhor, Seu Raul!! Eu quero ir cantar no seu programa, Seu Raul!!!"
E iniciou a cantoria. Que foi acompanhada por todos com palmas puxadas pelo Seu Raul. Seu Raul Gil.
Ao final, Megadeth foi aplaudido pelo andar inteiro, e formou-se uma balbúrdia que só foi extinta quando Raul Gil deixou o prédio.
Eu sou atrasada, mas me divirto.
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
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