Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Descobrindo o significado da expressão "para sempre"

Neste carnaval eu decidi fazer algo diferentch.....e fiquei em São Paulo. Me deu um pânico daquela Ipanema tomada pela Banda, do furdunço aeroportuário, do litoral norte invadido pelos bárbaros e desse povo retardado cantando Michel Teló no ritmo da batucada.

Isto posto, já estava preparada para um carnaval relativamente pacato. Mas, como a teoria da boa intenção ta aí para desvirtuar a nossa vida, adivinhem se o projeto calmaria deu errado?

Deu. Errado. No caso.

Já na sexta-feira fui convidada para desfilar na Vai-Vai. Me dirigi à concentração da Ala Vip no Holiday Inn do Anhembi e antes mesmo de entrar na avenida já tinha 2 centimetros medidos de purpurina dourada na cara e meia garrafa de Black Label na cachola.

Desfilamos, ziriguidum-telecoteco-vai comunidade-seguuuura Bexiiiga, e no sábado, sem que eu pudesse tomar fôlego, a Reds me chamou para ir ao Sambódromo novamente, desta vez para assistir aos desfiles no Camarotssss da Cidade. Antes mesmo de pisar na avenida, já tínhamos 5 centímetros de purpurina dourada na cara e nenhum documento que nos autorizasse a consumir bebidas alcoólicas. Quase fiquei lisonjeada com a proibição, mas como o assunto era sério, não podíamos brincar.Cadê meu chopp Schin radioativo que quase me matou no ano passado, porra?

Obrigamos nossos convivas a retirar drinks no bar durante quase toda a noite, quando uma dupla de amigas resolveu ir embora e ficamos com suas pulseiras identificadoras de maioridade. Não guento essas leis imbecis que ignoram minha cara. Sou antiga, povo. É só olhar e constatar. 

Ficamos até o final do desfile e nos arrastamos de ponta cabeça para casa. Acordo no Domingo, entro no meu carro e o que vejo ali no console? O documento. Me explica. Fiquei emocionada e puta ao mesmo tempo, mas a vida segue, o importante é ter saúde.

tcharããã

Meu telefone toca e são as irmãs @danimrs e @jujuribeiro convidando para piscina com churrasco bafônico em sua residência. Antes mesmo de dar o primeiro mergulho na piscina, ainda tinha 4 centímetros de purpurina dourada na cara e 8 cervejas na caveira. O dia transcorreu normalmente, se não levarmos em consideração a chuva de pedras e raios que interrompeu nosso lagartear às 5 da tarde. Aproveitamos a deixa e tomamos o rumo do mercado para que víveres fosse adquiridos e assim, nosso Churrasco Carnavalesco COM Samba atingisse o sucesso almejado.

Saímos pelas alamedas alagadas do Morumbi e no primeiro cruzamento, abri meu vidro. Má foi o tempo de botar a cara pra fora para que um veículo que vinha na direção oposta passar em uma poça profunda de água, lama, folhas, musgo, lodo e leptospirose contagiosa e me dar um banho tóxico. Em slow motion. Não sei se vocês conseguem visualizar a cena, mas foi assim que aconteceu. Lentamente. Foi água no meu olho, na minha cara, boca e goela; meu cabelo ficou encharcado num grau inimaginável para quem está dirigindo um carro e o riso descontrolado invadiu o ambiente. Antes mesmo de chegarmos ao supermercado, pudemos constatar que eu ainda tinha 4 centímetros de purpurina dourada na cara e nada a tiraria dali.

Churrasco Bafônico com Samba foi um marco na história daquele lugar.

Na segunda feira fomos todos ao baile do Paulistano. Putada reunida, muitos penachos na cabeça. Antes mesmo de tomar a primeira confetada na boca, já tinha 8 centímetros de purpurina dourada na cara e uma banda tocando "Doutor eu não me engano". Tudo o que sei deste dia é que comemos confete, como já comentei, assistimos Diogo Almada, esposo de Camilla Aidar, incorporar um puxador de samba esquizofrênico junto aos incrédulos cantores que animavam a festa ["Alô comunidade! Raça Paulistano, caaaaaanta rua Honduras, ai aiiii aaaaaiii" - surtado, sem parar], encontramos minha antiga professora de ballet possuída pela Pinah e nosso café da manhã foi composto por picanha com batata frita e farofa do Sujinho. Sério mesmo, pergunta pra Reds.

Só pra vcs entenderem o que é uma pessoa possuída pela Pinah

Terça feira - porque o carnaval só acaba quando termina - fomos ao baile da Casa 92. Eles montaram um camarim com alegorias e adereços e até a Branca de Neve do jardim suspenso estava fantasiada.



Antes mesmo de a bateria e as passistas iniciarem suas performances eu já tinha 12 centímetros medidos de purpurina dourada na cara.

Hoje é sexta feira pós carnaval  e eu ainda brilho. Já pensei em acetona, bombril, acetona com bombril e Wap, uma vez que água, sabão e produtos que teoricamente eliminam maquiagem não surtiram efeito.

OU, eu posso tacar mais purpurina por cima e adotar um novo estilo.

Pessoas me falam em Edward Cullen, mas tudo o que eu enxergo é Isabellita dos Patins.

Beijos. Com purpurina eterna. De uma mente sem lembranças.

4 comentários:

Unknown disse...

Huahuahuahauahuhauhau!!! Risos sem fim!
Se a chuva de pedras e a água infectante (Como já disse Leptospirose, Hepatite A e cólera, a gente vê por aqui!) não tiraram essa purpurina... hum... não sei se isso sai não viu...

Paulinas disse...

Não sai, Danidani. Não. Sai.

Alice disse...

Eu tô a uns 5 minutos rindo sem parar,chorando copiosamente e pensando que olha...Tu sim teve um Carnaval OTEMO!

Tirando aquela água mais poluida que mente pornográfica.

E essa purpurina,só te digo uma coisa : NÃO SAI. Nos meus tempos de bailarina,usava essa coisa nos makes e pudia ter o melhor demaquilante,a dita ainda continuava no meu rosto,cabelos e roupas pra sempre.

Quero ser que nem você quando crescer viu ! oakdpoaspo

Paulinas disse...

Eu tb usava!! Por isso sei que não sai nem batendo tambor. Shiny Happy People.......