Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

terça-feira, 25 de maio de 2010

Vê se pode

Sábado passado foi um dia em que eu realmente não pretendia sair de casa. Para nada. Nem se eu morresse em decorrência da tosse mutante que me atacava eu iria ao meu próprio enterro, porque eu não ia sair nunca, jamais, DE JEITO NENHUM.

Começamos mal, pois não sei se vocês sabem, mas existe esta maldição que empurra para a rua, e para as mais desgovernadas situações, pessoas bem intencionadas. Digo isso porque sou a prova viva desta teoria, cujo fundamento foi baseado em uma análise pra lá de séria, elaborada por mim mesma em parceria com a amiga Sam e te falo, viu. A coisa é real. Boa intenção não leva a nada. Você terminará sua noite largado em uma sarjeta qualquer e acordará com um mendigo roubando sua garrafa de Cynar e um cachorro lambendo a sua boca. Terá muita sorte se não for carregada junto com o lixo pelo caminhão da Vega Sopave. É mais ou menos assim que funciona.

Pois bem. Partindo deste princípio, percebam que eu pretendia ficar em casa jogando tranca no Facebook, mas uma série de acontecimentos que não vêm ao caso especificamente agora me obrigaram a sair porta afora.

CORTA. INDEX.

SEIS horas da manhã, eu tentando arranjar uma porra de taxi na porta do Piove, estabelecimento noturno onde fui parar - don't ask -, pois o meu taxista estava longe pra cacete e demoraria séculos para me resgatar. Eis que surge um carro, mas havia uma velha maluca BEM DOIDA também esperando por um taxi. Fizemos uma amizade ali, rapidinho, pá pum, e decidimor por ir juntas. Tá, também não sei porque raios eu fiz isso. Só sei que fui parar no Mc Donalds com esta pessoa cuja cara eu nunca vi na vida e neste momento não tenho a menor recordação de como seja. Comemos um McFrança, McAlemanha ou algo semelhante* e aquelas gororobas todas emplastrando o banco do carro do homem. Foi neste momento que eu cometi o erro crasso. Perguntei:

"Mas e aí, amiga? Como é que você chama mesmo?"

Resposta: "Claudia Leite".

O pior não teria ocorrido se eu não tivesse aberto a minha boca GRANDE e fizesse o seguinte comentário cretino, infeliz e sem graça alguma:

"Igual a cantora de axé?"

Bem, só para deixar claro, o taxista já estava PUTO com a meleca de batata e molho sei lá de quê que vem no McYpslon que a gente comeu, tá. E a mulher começa a cantar:

"Eu quero é mais, por isso eu sou NET, eu quero é mais, por isso eu sou NET, eu quero mais....."

ININTERRUPTAMENTE, da Faria Lima à Rua Fradique Coutinho, onde eu saltei do táxi correndo, entrei pela portaria e subi pensando: "Meu Deus, pra quê fazer isso com a minha própria vida???"

Como venho de uma família estranha, que só se junta a gente estranha, é claro que no dia seguinte descobri que o meu irmão CONHECE essa pessoa.

Sem mais.

*EDITANDO em 26/05/2010: Foi um McItália. Lembrei.

2 comentários:

Red disse...

Eu ia comentar, mas... mas aí não deu. Está acima da minha capacidade. Perdão!

Paulinas disse...

Só para constar: A Fradique Coutinho, onde eu desembarquei às 6 da manhã após toda a merda, é a residência de Olivia Benson. Rimos POUCO viu.