Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 25 de maio de 2011

O aquém do além

Coisas que a gente vê acontecer mas fica olhando para o infinito enquanto aguarda o momento de compreensão:

Amiga compra apartamento e começa uma reforma daquelas de dar medo. Coloca tudo no chão. Transforma seu imóvel em ferro retorcido e concreto demolido. Ela anda pela rua envolta em uma nuvem de cal desde que iniciou tal obra. O interior de seu veículo foi transformado em um tanque de areia e ela até já aprendeu o macete para transportar sacos de cimento, OU SEJA: a nega está farta desse negócio de construção e não vê a hora desta porra acabar para que sua vida possa seguir em frente.

Até meados da semana passada, esta reviravolta estava muito próxima, já que o projeto havia chegado no ponto de execução. Com todas as paredes devidamente quebradas e todo o material entregue, a equipe iniciaria a reforma em si, o que possibilitaria a mudança da amiga para o raio do apartamento num futuro próximo. Ou não.

Daí que ela recebe um telefonema do mestre de obras exigindo sua presença no local. Chegando lá, é informada de que a equipe não continuará a obra porque "tem um espírito" e eles estão com medo.

Sim. Tem um espírito. Eles estão com medo. Os pedreiros.

ELUCIDANDO
Os nego pescoçaram uma conversa da amiga em que ela comentava que comprara o apartamento após o falecimento da antiga proprietária. Imediatamente concluíram que o fantasma da véia apareceria para assombrá-los. A partir de então, passaram a ouvir a porta de entrada bater diariamente ao meio-dia. Para certificar-se que o receio coletivo procedia, o mestre de obras armou tocaia por dias a partir das 11:55. Objetivo: checar se a alma bateria na porta mesmo. Porque, afinal de contas, ele não importunaria sem motivo aquela que o contratou. Ele constatou que havia mesmo um espírito e, por conta disso, nem ele nem a equipe poderiam dar continuidade à reconstrução do apartamento da amiga.

Que está esperando essa gente parar com a palhaçada antes de ser obrigada a montar barraca no vão livre do MASP por falta de teto.

E você aí, reclamando da vida. Arranja uma reforma pra aprender a dar valor, meu filho. E depois me conta.

BU!

Um comentário:

Anônimo disse...

ahahahhahahahhahaha.. ainda bem que eu tenho o atraso das camas e 60 travesseiros pra descansar depois. sensacional, adorei! Lelê