Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Breja no Sacha

Então né. Outro dia aí fez uma bela noite de verão, coisa que não acontecia em São Paulo há 412 eras, e achamos por bem juntarmos o povo que presta em alguma calçada paulistana tendo como objetivo principal consumo ilimitado de álcool e frituras em imersão.

Isto posto, tomamos a sábia decisão de montarmos uma mesa mafiosa no Sacha com os seguintes participantes: minha pessoa, Carlota Pavolak, Lelê e Pijama. Em uma palavra: pedigree. O sucesso nos aguardava.

A coisa começou a degringolar logo no início, quando descobrimos fisicamente que os 247 caras "sou riponga style" da mesa ao lado estavam ali para cantar. Detesto parecer repetitiva, pois venho citando Ventania em diversos posts aqui nessa birosca, mas a realidade é que estas criaturas cantavam sem parar num timbre que olha: os pais desses moleque deveriam tê-los colocado para estudar em algum desses lugares que formam gente apta a cantar em óperas. Repertório: Ventania e similares. Aos BERROS.

Tal situação prejudicava nossa conversa particular, de modo que fomos obrigados a subir 3 tons também, pois não conseguíamos ouvir uns aos outros. 4 nego numa mesa. Ensurdecidos pelos palermas ali ao lado.

Em determinado momento o assunto tomou o rumo "relacionamento entre pessoas" e debatíamos o que é ou não excesso de liberdade, invasão de intimidade, intransigência, burrice, essas coisas que tornam os seres humanos uma espécie peculiarmente agradável para se conviver. Pijama argumentava que o que incomoda algumas pessoas não atinge outras e exemplificou com as seguintes hipóteses:

"[cantoria rolando ininterruptamente na mesa ao lado] Tem cara que chega em casa e joga o paletó no sofá e a mulher fica puta. Tem cara que guarda o paletó no armário, mas a mulher nem ligaria se ele tivesse largado no chão da sala..."

[o volume da cantoria sobe mais]

"...tem mulher que é neurótica com limpeza, mas não quer ter empregada e o cara aguenta a paranoia dela na boa [batuques são adicionados ao canto hippie. Pijama passa a falar mais alto] e tem mulher que nem liga se há dois pratos sem lavar na pia..."

[a gritaria aumenta e Pijama prossegue seu discurso gritando mais alto]

"...não tem regra pra isso. Gente, tem cara que sai com a mulher e no primeiro dia fala pra ela:..."

[a cantoria e os batuques PARAM por completo, silêncio ABSOLUTO]

"...ENFIA O DEDO NO MEU CU." A 1800 decibéis.

Ou seja: teria o Sacha inteiro certeza de que aquele cara estava pedindo para alguma de nós enfiar o dedo no cu dele? Penso que sim.

Logo em seguida os retardados mentais voltaram a cantar e batucar, mas o pior ainda estava por vir, porque aquela história toda de maravilhosa noite de verão foi arruinada por um temporal que despencou sobre nossas cabeças e fomos obrigados a mudar para uma mesa interna.

No início achamos uma bosta, mas em seguida demos de cara com isso aqui


E descobrimos que o Sacha é um excelente local para eu marcar minha confraternização de fim de ano com o Pedro do 122, já que perdi a oportunidade de fodê-lo no Halloween. Mano, a forca tá pronta, nem preciso pensar no método, olha que povo eficiente esses meninos do boteco.

Daí, eu é que não sei o porquê, mas começamos a falar de ballet. Pijama dizia que todos os bailarinos eram viados e eu discordei, embasada no fato de que estudei ballet por muitos anos. Explicava para ele que, muito pelo contrário, a maioria dos bailarinos não é gay e na verdade são mesmo grandes comedores, já que companhias de ballet, ópera, circo e similares são umas grandes de umas putarias. Só tem louco e é legal pra cacete.

O cara me corta violentamente com "minha filha, não me venha com essa, o maior bailarino do século XX, Mikhail Baryshnikov, morreu de SIDA. SIDA."

Povo brasileiro: tem algo mais infame que chamar AIDS de SIDA? Não tem. Cuspi cerveja na cara da Lelê.

SIDA. Desde quando Misha morreu, Deus Pai? Muitos risos, colegas.

Após nos recuperarmos desta merda proferida pelo distinto, o telefone do cara toca. Era alguém que o alugou por horas e horas e horas, e na minha opinião, ele preferia que fosse o Renato Russo à pessoa que estava de fato do outro lado da linha. Ausentou-se da mesa durante este período e retornou tomado pelo ódio. Só o que saía da boca dele era "eu fico puto, PUTO, P U T O. PUTO!!! PUTO. Eu fico puto." Não havia previsão de que ele parasse de gritar tais palavras. Não para as próximas 48 horas.


Na tentativa de acalmá-lo, sugeri que ele respirasse "in out in out". Resposta: "in out é o seu cu, sua vaca! eu to puto! PUTO, P U T O!"

Cuspi cerveja na cara da Carlota. 

Do nosso lado tinha uma roda de 3 japinhas gordinhos super fofos, porque japa gordinho é uma figura fofa, diz aí gente. Com a maior cara de bonzinhos. Os coitados acharam que Pijama iria me esganar, estripar ou algo do gênero e assumiram posição de alerta, prontos para me defender. Um à frente, os outros dois flanqueando, horrorizados. Eles se acalmaram apenas quando viram que após o acesso de riso que tomou a mim, Lelê e Carlota, citamos o Seu Túlio do 16, a Dona Neli, a dona Clarice, a beócia da Dona Lurdes e a Dona Misidia andando com a Sayonara SEM COLEIRA, SEM COLEIRA.

E aí, alguém topa uma breja semana que vem? 

7 comentários:

Zaph disse...

Cadê o botão de 'Like' dessa m...

Anônimo disse...

Seeeeeeeeeeeeeeeeeem C-O-L-E-I-R-A! Lelê

Alice disse...

Eu topo !

Anônimo disse...

Pobre Mikhail, que segue vivo e bem (e passando o rodo na mulhereda), vai ficar chocado quando souber que morreu de SIDA e nem foi avisado... Vou ligar pra ele!

Paulinas disse...

EXATO. O cara tá aí quicando e um maluco brasileiro espalhando que morreu de SIDA. só tem louco.

Camarão disse...

kkkkkkkkkkkkkkkk, eu topo, não consigo parar de rir.kkkkkkkkk

Camarão disse...

kkkkkkkkkkk, to rindo sem parar. Só figura.kkkkkkkkkk