Mais simples do que muitos imaginam. De acordo com a Presepadas Pictures Presents - organização não governamental presidida por mim - e o Guia dos Mochileiros das Galáxias, basta você ir à Bahia e contratar um palhaço de nome estranho motorista chamado CARLIFA.
CARLIFA é o novo Pedro do 122. Ano novo, vida nova, bode expiatório novo. De agora em diante é este cara que vou perseguir e tudo que me acontecer de errado será culpa de quem?
CARLIFA
Que conste: sou pentelha, mano. Tipo velha. As coisas têm que ser do meu jeito e odeio novidades/adaptações porque minha religião prega sobre a relação entre inovar e dar em merda. E dá, viu meu povo. Porra se dá, pode acreditar. Pensando em abrir um templo e tal pra poder catequizar a galera quanto a isso, mas enfim.
Vou para Caraíva há 645 anos e quem me transporta do aeroporto até a beira do rio e vice versa é um cara chamado Nia. Quantas vezes me dei mal?
Quem respondeu “nenhuma”/ “nunca”/”zero”/”bola” acaba de ganhar um exclusivo apito de chamar maluco. Eu tenho, funciona super bem. Puta prêmio, dizaê. Resposta EXATA. Nia é o cara.
Esse ano ouvi dizer que a pessoa CARLIFA era manhã de sol meu iaiá e ioiô e, como Nia estava ocupado (devia ter levado essa pista em consideração, um livre e o outro ocupadíssimo, o que isso significa, né), imbecilmente pensei:
“Po....vou contratar CARLIFA.”
E a fodelança começou.
Já na chegada, quem estava lá não era CARLIFA, mas sim um ser de nome Fernando. OKÁ, né? Tem que chegar em Caraíva pra começar a beber logo então vambora com esse sujeito mesmo, cuja fuça desconheço. Afinal de contas, o máximo que poderia acontecer era: assalto, rapto, assassinato, violência. Contrariando todas as minhas previsões, cheguei com vida na beira do rio, o que foi muito bom porque ALGUÉM tem que tomar aquele Netuno todo, sejamos práticos.
Passou-se meu tempo, fui feliz para sempre na Terra Encantada e de repente me encontrei naquela situação tenebrosa de quem precisa ir embora. Nia ocupado novamente (a pista aí novamente, queridões), liguei para CARLIFA e marquei com ele às 8 da manhã na beira do rio para tomar o rumo de Porto Seguro e assim voltar à danação eterna em São Paulo, cidade tão aprazível.
Jacaré apareceu? Nem o CARLIFA.
Resumindo, perdi meu vôo e a única opção existente naquele dia chegando em São Paulo era uma merda de um avião que decolaria 200 horas depois para fazer uma conexão em Confins [corta]
*** Não mexo com conexão, prefiro ir a pé na chuva radioativa junto com o Pedro do 122 do que fazer uma morfética de uma conexão, mas gente sem opção tem que fazer coisas que até sei lá quem duvida (não me lembro quem é que duvida “até________ duvida”, mas é esse aí)***
[volta] e só então me desovar em Cumbica. Calculem como exalei felicidade. Pensei em começar a cantarolar e bater palmas no ritmo do samba celebrando a situação mas me contive, já que detesto gente empolgada.
O caso é que esta conexão em Confins servia para embarcar uma galera cujo destino era Paris, ou seja: lá estava eu de short e camiseta, uma havaiana de cada cor, uma vez que perdi a minha na praia e tive que adaptar um novo par para não embarcar descalça, aquele pé preto típico de quem passou o verão em território Pataxó, canga amarrada na cintura. Cabelo: prefiro não falar. Não quero me expor de forma tão depreciativa. Mas a parada tava em formato de ninho de mafagafos, digamos. E a sala de embarque tomada por pessoas encapotadas, de bota, ternos, bem, gente que estava indo para Paris, desnecessário explicar. Em 3 minutos virei uma anomalia exótica no meio daquele povo penteado e de sapato igual nos dois pés.
Tive que despachar toda a minha bagagem de mão, foi um furdunço no check in porque imaginem a quantidade de coisas líquidas e pastosas que há na bolsa de mão de uma nega que tá vindo de Caraíva, mas consegui transpor este obstáculo de maneira medianamente razoável.
Tá. Mentira. Foi um caralho com asas fazer isso, mas nessa altura do campeonato era praticamente improvável que algo mais me atingisse de forma letal.
Embarquei no elegante avião e tenho a nítida impressão de que fui fotografada. Mas como eu disse anteriormente, a esta altura dos acontecimentos eu já tinha quase certeza de que se aquela bosta caísse eu sairia voando, talvez, sei lá, e nada me aconteceria. Questão de estatística, compreendam.
Chego em São Paulo e GRU está fechado devido ao mau tempo. BOA. Rodamos uma hora sobre a porra da pista no meio de uma turbulência que eu nem imaginava ser possível e para vocês terem uma idéia cogitei a hipótese de puxar um coro de “MAYDAY MAYDAY!”
O meu desembarque, que no vôo original, AQUELE QUE PERDI POR CAUSA DO CARLIFA, era para acontecer às 2 da tarde, deu-se à 1 da manhã.
Saio do avião e passo pela imigração. Em outras palavras, voltei da Bahia e apresentei documentos para entrar em São Paulo. O Duty Free ali na minha frente e nem comprar nada eu podia. Tive uma certa vontade de morrer por conta desse detalhe mas prontamente superei. Acho. Peguei a trilha “nada a declarar” e saí pelas portas do Terminal 1.
Nunca havia pensado nesta possibilidade. Grande oferecimento de CARLIFA. Palmas para ele, o cara é um artista.
Agora fico pensando se devo avisar ao Pedro do 122 que o Messias dele chegou. O do resto da humanidade eu não sei, mas o dele tá lá na Bahia. E chama CARLIFA.
E NEM PUDE COMPRAR NADA NO FREE SHOP.
Tá, superei, juro que superei. Acho.
3 comentários:
Entrei em coma de tanto rir,ao imaginar a cena do havaianas de cada cor. O Free Shop ali ,ao alcance,paraíso,e não poder fazer UMA comprinha que seja, é uma puta falta de sacanagem.
E que morra esse CARLIFA. Infeliz. Que seja corno eternamente.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
Meu, nem sei por onde começar a comentar! Talvez eu precise parar de rir primeiro. TUDO acontece contigo, sério.
Agora, CARLIFA... Sabe quando vc vê nego fazendo sonrisal na praia e pensa "Vai dar merda..."? O que pensar de um sujeito presenteado com este nome? Tá amaldiçoado. O consolo é que ele não apareceu porque pode ter morrido, e tals. Vai que.
Saiba que CARLIFA é apelido, minha querida. O nome do caboclo é CARLIEFSON. Gostou? Dá DEIX PAUX!
Alice, a parada da havaiana trocada é muito comum em caraíva. havaianas perdem-se. O que não é comum é o tal do voo internacional.......
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