Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Máximas - Papo de surdo bêbado com mudo dopado

Domingo feliz, grande mesa no Rodeio. Almoço dos bonzinhos, aquele clima de ressaca no ar. Povo compreensivelmente lesado. Amiga que estava em outra mesa veio tomar um mé com a gente e iniciou fofoca leve do lado de lá do círculo:

"Vocês viram a Fulana? O tamanho do Jesus na cruz que ela está no pescoço?"

E o comentário no meu lado da mesa:

"Quem tá aí? O Jesus Luz?"

Conversa prosseguindo no lado de lá:

"Viram cada pedra? Um baita dum Jesus daquele todo cravejado e..."

Lado de cá:

"É, é o Jesus Luz. Cadê hein?"

Polvorosa na mesa, bando de velha procurando Jesus Luz no restaurante.

Lado de lá:

"Vocês não viram? Ela está ali na outra mesa redonda, ao lado da Cláudia Sicrana..."

Cá:

"Claudia Leitte?"

Lá:

"Vocês não estão vendo?" - notando a balbúrdia gerada pela conversa. "Ali na outra mesa redonda. Olha que vocês logo enxergam ou o Jesus na cruz da Fulana ou a Claudia Sicrana"

Cá:

"A Claudia Leitte tá com o Jesus Luz? Onde?"

"Pelo que ela está dizendo estão naquela mesa redonda, mas não estou vendo..."

"Mas eles tão juntos?"

"Sei lá. Ela não é casada?"

"É, ué, mas de repente separou."

"Vai ver foi isso. Cadê, gente?"

Quarenta minutos depois desse papo começar, o lado de cá entendeu o assunto. Olha a agilidade da galera.

Resumidamente, este atraso na cognição fez com que, em menos de 5 minutos, separássemos a Claudia Leitte do coitado do marido dela e tacássemos a nega dentro do Rodeio da Haddock Lobo PEGANDO o Jesus Luz. Ficticiamente.

Observem o que a senilidade aliada à falta de noção não faz, meu povo. Prestem atenção.

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