Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Diálogo improvável

Acabo de ter uma breve conversa ao telefone com um ser humano (ou não) cuja identidade desconheço e vou reproduzir o diálogo para que vocês percebam o quão importante é para a sobrevivência deste quadrúpede que eu continue ignorando seu nome e localidade:

TRIIIIIM! (MEU telefone toca)

Eu: "Alô"

Quadrúpede: "Alô"

Eu: "Alô!" [PORRA]

Quadrúpede: "Alô"

Eu: "Pois não" [grunhidos]

Quadrúpede: "Ehhhhhh.....annnhhhhhh........bom dia"

Eu: "Ã!"

Quadrúpede: "Eu queria falar com o Seu Paulo?" (Seu Paulo é meu pai, esclarecendo)

Eu: "Este telefone é meu, você NUNCA irá encontrá-lo aqui. Anote o número de onde ele está agora"

IMPORTANTE: Notem que eu disse para a criatura anotar o número de onde meu pai iria estar naquela hora. Naquele exato momento. Prossigamos.

Eu: "234-5678"

Quadrúpede: "2....3.....4.......Quatro? 5.........6.................7.....7"

Eu: "OITOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!! 234-567OITOOOOO!"

Quadrúpede: "2.......3........4......................5.........................6......7.........8??"

Eu: "Sim" [latindo]

Quadrúpede: "Mas se eu ligar agora ele vai estar lá?"

Olha, ou as pessoas em geral são muito, mas MUITO burras, têm problemas e deficiências mentais graves, atrasos de raciocínio e cognição preocupantes, ou eu é que sou um gênio da humanidade ainda não descoberto. Porque vou te contar, viu.

Eu não nasci pra isso não.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Vê se pode

Sábado passado foi um dia em que eu realmente não pretendia sair de casa. Para nada. Nem se eu morresse em decorrência da tosse mutante que me atacava eu iria ao meu próprio enterro, porque eu não ia sair nunca, jamais, DE JEITO NENHUM.

Começamos mal, pois não sei se vocês sabem, mas existe esta maldição que empurra para a rua, e para as mais desgovernadas situações, pessoas bem intencionadas. Digo isso porque sou a prova viva desta teoria, cujo fundamento foi baseado em uma análise pra lá de séria, elaborada por mim mesma em parceria com a amiga Sam e te falo, viu. A coisa é real. Boa intenção não leva a nada. Você terminará sua noite largado em uma sarjeta qualquer e acordará com um mendigo roubando sua garrafa de Cynar e um cachorro lambendo a sua boca. Terá muita sorte se não for carregada junto com o lixo pelo caminhão da Vega Sopave. É mais ou menos assim que funciona.

Pois bem. Partindo deste princípio, percebam que eu pretendia ficar em casa jogando tranca no Facebook, mas uma série de acontecimentos que não vêm ao caso especificamente agora me obrigaram a sair porta afora.

CORTA. INDEX.

SEIS horas da manhã, eu tentando arranjar uma porra de taxi na porta do Piove, estabelecimento noturno onde fui parar - don't ask -, pois o meu taxista estava longe pra cacete e demoraria séculos para me resgatar. Eis que surge um carro, mas havia uma velha maluca BEM DOIDA também esperando por um taxi. Fizemos uma amizade ali, rapidinho, pá pum, e decidimor por ir juntas. Tá, também não sei porque raios eu fiz isso. Só sei que fui parar no Mc Donalds com esta pessoa cuja cara eu nunca vi na vida e neste momento não tenho a menor recordação de como seja. Comemos um McFrança, McAlemanha ou algo semelhante* e aquelas gororobas todas emplastrando o banco do carro do homem. Foi neste momento que eu cometi o erro crasso. Perguntei:

"Mas e aí, amiga? Como é que você chama mesmo?"

Resposta: "Claudia Leite".

O pior não teria ocorrido se eu não tivesse aberto a minha boca GRANDE e fizesse o seguinte comentário cretino, infeliz e sem graça alguma:

"Igual a cantora de axé?"

Bem, só para deixar claro, o taxista já estava PUTO com a meleca de batata e molho sei lá de quê que vem no McYpslon que a gente comeu, tá. E a mulher começa a cantar:

"Eu quero é mais, por isso eu sou NET, eu quero é mais, por isso eu sou NET, eu quero mais....."

ININTERRUPTAMENTE, da Faria Lima à Rua Fradique Coutinho, onde eu saltei do táxi correndo, entrei pela portaria e subi pensando: "Meu Deus, pra quê fazer isso com a minha própria vida???"

Como venho de uma família estranha, que só se junta a gente estranha, é claro que no dia seguinte descobri que o meu irmão CONHECE essa pessoa.

Sem mais.

*EDITANDO em 26/05/2010: Foi um McItália. Lembrei.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Só pra constar

Estou aqui nessa loja que Deus me empurrou, com uma TOSSE mutante que eu não sei se é tosse de fato, pneumonia, intoxicação, alergia, galinha na encruzilhada, reação a Cesio 137 ou o quê quando uma cliente se dirige a mim e diz:

"Jesus está voltando viu! Prepare-se pois você verá a volta do salvador!! Preste atenção aos sinais!! OS SINAAAAIS!! Você é uma criatura abençoada que encontrará Jesus na sua vida!!"

Esse negócio de encontrar Jesus........isso pra mim é música do Durvalino, coisa do Asa de Águia, tá?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Por quê determinadas pessoas são mandadas à merda

Aconteceu com mamãe.

Caminhava mamãe pelo bairro com os dogs Jurema e Tulipo. Eis que um encosto faz-se notar e ela descobre um véio emparelhando, andando a seu lado no meio da rua. Seria apenas medianamente bizarro se a figura em questão, além de colar na mulher, não dissesse ininterruptamente:

"Rui! Rui! Rui! Ô Rui! Rui!".

Minha mãe é fina e serena, mas não tem muito saco pra nego folgado. Maluco tampouco. Engraçado então, muito menos. Sendo assim, ela parou de andar e disse para o sujeito, encarando-o:

"O senhor está falando comigo? Pois meu nome não é RUI".

Ao que a criatura responde:

"Não não, eu estou falando com seus cachorros. Na verdade estou fazendo um teste que está funcionando muito bem: chamo qualquer cachorro de Rui e ele me atende. Só os da senhora não responderam. Bem estranho...."

Após breve momento de compreensível catatonia mamãe lança:

"Bem, meu querido, eles também não se chamam Rui. Com licença, sim?"

Agora me digam: isso é ou não é alguma coisa que estão colocando na água, hein?

E a SORTE desse cara de ter encontrado a minha mãe e não a mim no meio da rua, me diz. É grave a situação da sociedade como a conhecemos. Preciso virar uma pessoa excêntrica logo para me isolar em algum ponto do planeta onde boçais ganhem sempre a bola preta. Seria mais do que um sonho.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Passaporte

Hoje de manhã concluí o óbvio. Estava na minha cara esse tempo todo, mas diz que as coisas evidentes às vezes são as mais difíceis de enxergarmos, não tem uma história assim?

Pois bem. Descobri que para ser um cidadão de São Ca determinada cidade do ABC paulista, o sujeito precisa de um certificado de idiotice, retardo mental ou algo do gênero.

Porque esta exigência é a única explicação plausível para o comportamento das pessoas que aqui residem. Farei um breve relato do que me aconteceu durante uma caminhada até a farmácia, distante apenas 4 quarteirões e localizada na mesma rua desta Indústria Vital.

Quarteirão#1 - Fui atropelada por uma bicicleta daquelas que entregam galão de água. Carregada. Em 2 horas ou menos háverá um ROXO marcando o local do hematoma na minha barriga. Ainda bem que o cara pegou uma parte fofa.

Quarteirão#2 - Uma velha que regava a merda de seu jardim distraiu-se conversando com o cara da COMGAS e direcionou o jato d'água em minha direção. Sim, tomei uma esguichada na fuça com esta temperatura agradável de Groelândia que faz atualmente por aqui. Puta, que ódio.

Quarteirão#3 - Um palhaço, vendo que eu estava passando, acionou o botão de seu portão eletrônico, que fechou-se sobre minha cabeça. Sim, outra escoriação. Deve ser CEGO além de idiota. Nego olha na minha cara, VÊ que estou no ângulo da merda da porta e mesmo assim aciona o mecanismo. Me explica.

Quarteirão#4 - Velho tarado passa por mim em frente a um carro da polícia estacionado e lança uma baixaria. Quer dizer, não tem medo de morrer. Xinguei esta criatura durante uns 10 minutos seguidos. Colei no braço do velho e não deixei ele ir embora. O policial pediu para que eu, por favor, "liberasse o cidadão, senhora".

Tem ou não tem que ter um carimbo de "RETARDADO" no CPF pra habitar essa merda??

Teste de fidelidade

Tem uma bicha que trabalha na padoca ao lado da casa da minha mãe que acha que eu sou amante do meu pai. O que é bizarro, já que sou a cara da minha mãe e idêntica ao meu pai. É altamente óbvio o parentesco existente entre nós, mas vai entender.

Meus pais vão nessa joça TODO DIA e a bicha simplesmente partiu do princípio que se o meu pai foi à padoca com outra mulher que não minha mãe, ele está com a amante. Mesmo porque padarias são excelentes locais para levar a outra. E impressioná-la. Nada mais sedutor.

Então a figura fica fazendo perguntas para tentar pegar meu pai no pulo. Já combinei com ele que iremos juntos lá pelo menos 3 vezes por semana. Objetivo: noiar a bicha.

Tamo ocupado, viu.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Família a gente não escolhe né

Bom, né, ontem foi dia das mães e a família Do-Ré-Mi realizou seu tradicional armoço divertido na casa de titia. Ocorre que na véspera do dia das mães foi meu aniversário, porque a gente é perfeita mas envelhece, fazer o quê. Por isso que eu me aplico no processo da conservação em álcool e tudo o mais.


Isso quer dizer que eu, apesar de não ser mãe de nenhum humano, ganhei presentes ontem. Eis a conversa entre mim e titia, a anfitriã:


"Paula comprei isto aqui para você, MAS VOCÊ NÃO VAI GOSTAR. Não é a sua cara". Disse ela me entregando um pacote.

Quer dizer: a pessoa vai até uma loja, entra nela, olha tudo o que tem lá dentro e escolhe justamente o item que certamente não agradará. Juro que achei o método interessante. Eu, que estou oficialmente pirando, adotarei a técnica.
O legal é que logo que abri o tal embrulho e retirei o conteúdo de dentro, titia, que estava ao meu lado, solta:

"Mas não foi isso que eu comprei!!! Este eu descartei, era um dos que você gostaria!"
[??????????????????????????????????]
Trata-se de um vestido e eu de fato adorei. Pena que titia não tá bem mentalmente não.