Bem, este relato narra o episódio mais cretino de todas as imbecilidades que eu e meus convivas cometemos durante o carnaval que passou.
Segunda-feira passada foi o segundo dia de desfiles na Sapucaí. Como no Domingo já havíamos comparecido aos camarotes e consumido quantidades cavalares de álcool e similares, estávamos imprestáveis. Passamos o dia todo jogados no enorme sofá com o ar condicionado a uma temperatura de -5º sem nos movimentarmos.
Foi quando alguém percebeu: era quase meia-noite, horário limite para pegar o micro-ônibus no aterro do Flamengo que nos desovaria no camarote da Brahma. Sam saiu na frente, pois precisava resgatar um membro do grupo que encontrava-se ausente. Sobramos em casa eu, K e Ben. Aguardávamos uma amiga que estava incumbida de nos dar o boi.
Foi quando ela ligou dizendo que estava nos esperando na esquina da Visconde de Pirajá com a Farme de Amoedo, dois quarteirões para trás de nossa casa, pois não conseguia chegar até a praia devido ao furdunço gerado pelos blocos, bandas, batucadas e bêbados que dominavam Ipanema.
Sendo assim, saímos caminhando pela rua Vinícius de Moraes a seu encontro. Quando chegamos na primeira esquina, Ben ordenou:
"Vamos entrar aqui e ir pela Farme. Lá está vazio"
Para quem desconhece o fato, a rua Farme de Amoedo é o maior reduto gay do universo. É lá que eles frequentam, se encontram, jantam, pegam praia, etc. durante todo o ano. Sempre. É um ponto de encontro gay conhecidíssimo. E durante o carnaval, é lá que fazem sua esbórnia, assim como todo o resto do Rio de Janeiro o faz em toda a cidade.
Pois bem. Ben queria ir até a próxima rua via Farme de Amoedo. Ele afirmava que estava vazia, que nada acontecia ali naquele momento, o que era absolutamente improvável. Eu e K tentamos convencê-lo do contrário. Tentamos dizer que aquele quarteirão devia estar tomado em toda sua extensão por alguma manifestação carnavalesca gay - o que para nós, eu e K, não seria tão grave, desconsiderando o tumulto. Já para ele...............
Mas Ben foi incisivo. Iríamos pela Farme de Amoedo pois aquele era o melhor caminho até nossa amiga. Assim, seguimos pela rua Prudente de Moraes até a esquina da Farme. Quando entramos a pé pela rua, susto. Havia uma quantidade próxima de 500 mil homens pulando ao som de música eletrônica, tomando as calçadas, o asfalto, os bares, assentos de cadeiras, tudo. Não havia ar para respirar, nenhum centímetro para caminhar. Começamos a derreter e ali, não havia mais nada a fazer senão seguir em frente até alcançarmos a esquina que nos daria um carro com ar condicionado e o rumo da Sapucaí.
Fato relevante: Ben é um rapaz moreno, alto, bonito e sensual. Para que seja possível vizualizar o impacto causado por sua presença em terras homossexuais.
Iniciamos nossa caminhada em fila indiana em meio ao tumulto. Eu ouvia um "linda!", a K ouvia um "oxigenada!" e o Ben, um beliscão na bunda. Eu ouvia um "perua!", a K ouvia um "peituda!" e o Ben, um beliscão na bunda. Eu ouvia um "maravilhoosa!", a K ouvia um "loirudaaa!" e o Ben, bem.......mais um beliscão.
Foi quando chegamos nas proximidades da esquina, onde a passagem para transeuntes se afunilava devido à imensa concentração de foliões na porta de um bar. Eu começava a sentir meus pés fora chão, a massa me empurrando para longe de meu destino. K, à frente da fila, ignorando o que um moço (?)disse a ela grunhindo, de modo que só ela ouviu, se apoiou em um postezinho de ferro à sua frente para alavancar sua próxima passada e abrir caminho para os que vinham atrás.
TTTTTTZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ! TLÉC! - um choque elétrico inominável em meio à multidão. Claro que Ben, vindo logo atrás, não notou o ocorrido, apoiou no poste e...
TTTTTTTTZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ! TLÉC! - E o copo de whisky que portava entornou-se, fazendo com que seu conteúdo fosse parar diretamente sobre a camiseta que vestia.
A múmia que vos fala, alheia a tudo que se passava devido ao calor, gritaria e confusão que me cercavam, apoia no mesmo poste e TTTTTTTTTTTTTTTTTTTTZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ! TLÉC! Eletrocutada também.
Ridículos? Certamente.
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
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Um comentário:
Genteeeeee! Morri!!! TZZZZZZZZ!
Escruzive, na Farme é onde aquela paraguaia redêcola da Copa foi assaltada! Mais um motivo pra amar!
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