Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

terça-feira, 21 de maio de 2013

Com planejamento e civilidade a gente vamos longe.

Morar em prédio é uma coisa maravilhosa mesmo né, pessoal. Quando a gente acha que já viu de tudo e pensa que o pior imbecil com quem o cosmos nos obrigou a cohabitar foi aquela desgraça do Pedro do 122, o inimaginável sempre nos surpreende.

O edifício em que resido atualmente iniciou uma obra maldita do caralho a quatro muito simples visando destruir o que resta da minha sanidade nosso bem estar. Decidiu-se trocar todo o piso da calçada em frente à area do prédio e recapear as 3 entradas das garagens. São duas pelo nível da rua e uma que vai para o subsolo. Tudo de uma vez. Então veio um maníaco que, com uma britadeira ligada diariamente às 7 da manhã, passou 2 semanas quebrando qualquer coisa que via pela frente. Foi quebrada a calçada, foi quebrada a rampa que dá acesso à garagem subterrânea, foram quebradas as entradas para automóveis no térreo. Como eu comentei, TUDO DE UMA SÓ VEZ. Eu olhava pela janela e só pensava em México 1985.

Ninguém entrava com os carros, ninguém saía com os carros, ninguém conseguia entrar a pé, e me pergunte se era possível sair a pé? Não. Em uma palavra: escombros. Foi muito prático, pois moro em uma via super calma na Vila Olímpia, que por si só já é um bairro bastante pacato. Imaginem a alegria dos moradores ao receberem a informação de que TODAS as vagas de garagem estariam interditadas por uma semana. Uma semana, na linguagem da construção civil, significa "prazo indeterminado partindo de 5 vezes o tempo previsto". Todos sabemos disso, certo? Os carros deveriam ser estacionados na rua. Quer dizer: drama nenhum, já que ali, encontrar uma vaga para estacionar não configura problema/impossibilidade/fodelança/ter que fazer fila tripla/vender algo a Satã e já adianto que não estamos falando de alma aqui.Imagina.

A calçada foi refeita. Ok. Grandes merda, devia ser a última coisa na lista de prioridades, mas se os cientistas que estudam linhas de raciocínio humano não as compreendem (certeza que não), seria eu o ser genial que decifraria o funcionamento de algo complexo assim? Jamais. Nem quero, tenho medo do escuro, tenho medo do obscuro etc etc.

Os responsáveis por essa cagada toda iniciaram as obras de recapeamento das entradas da garagem térrea. Importante comentar que tenho 2 carros e, consequantemente, duas vagas: uma no térreo e outra no SS. Quando esta bosta ficou pronta, galera que, assim como eu, estava com os carros estacionados na rua, voltou a ocupar suas respectivas vagas. Mas é que esse negódi RESPECTIVO também é complicado e nem todo mundo entende né. Meu carro do subsolo continuava na rua. A garagem ainda estava interditada. Porém, como o regime praticado nesta merda de ~civilização~ é a Anarquia, qual não foi minha surpresa ao chegar em casa e encontrar um carro parado no MEU lugar? O cara é do subsolo, o cara quer parar na garagem, a dele está fechada, logo nego entra e para em alguma vaga aleatória. Na minha, por exemplo. Daí você ~gentilmente~ pede para o boçal tirar aquela porra daquela chimbica da sua vaga e o imbecil desce de mau humor, bufando, para logo em seguida registrar uma reclamação contra o dono da área. Eu, no caso. Teve uma que não desceu e registrou a reclamação. Teve outro que me deixou 20 minutos esperando e também registrou a reclamação. Teve um babaca que sugeriu: "putz, você não quer parar na rua? É que eu já deitei."

"Não. Caralho."

"Mas é tarde, né?"

"Sou adulta, não tenho hora para chegar em casa. Sua sorte é que não fui beber. Eu te acordaria as 5 da manhã."

"Gente, que horários indisciplinados os seus...."

Mandei ir se foder/pra puta que o pariu/à merda. Dei opção pro cara, notem. Também reclamou de mim.

Como foram mais de 3 reclamações, recebi uma advertência. Por favor, me expliquem?

Eu ia colocar "FIM" aqui, mas como a coisa ainda não terminou, resta-nos aguardar as próximas performances.

Humanidade, este BANDO.

[técnica, sobe créditos e a trilha dos Trapalhões ao fundo, pfv. brigada]

Nenhum comentário: