Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Aconteceu no Filial

Tô lá eu, sentada no Filial, naquele domingo de calor tosco em companhia da querida amiga Florits. Fomos encher a cara de chopp para ver se virávamos de vez um pudim de pinga debater a questão da paz mundial.

Tudo isso ao som da bateria da Pérola Negra que estava ensaiando ali na rotatória logo em frente ao nosso reduto e também não deixa de ser uma fonte infinita de inspiração, diz aí [pela fé de Abraão].

Eis que, das trevas, surge um ser que não soubemos identificar como humano, vegetal ou pedra - de acordo com a classificação de espécies amplamente divulgada nos anos 90 pelo patriarca do célebre clã Da Silva Sauro - Dino. Entramos em processo de catatonia.

A criatura em questão vinha atravessando a rua em meio àquele furdunço desgovernado que se forma quando juntamos 3 botequins apinhados de gente, um Domingo com a temperatura do sol e mais ritimistas, passistas e integrantes de uma escola de samba, além do casal de Mestre Sala e Porta Bandeira, tudo junto ali no espaço de um quarteirão. Ele se parecia muito com aquela barata extraterrestre gigante em pele de fazendeiro morto do Men in Black. Mas naquela hora em que a roupa de humano já tá torta e o cara fica com a cara meio capenga, puxando de uma perna. Impressionante semelhança.


"Vai uma Kaiser aí?"


Ele atravessava a rua e vinha em nossa direção. Uma garrafa de breja vazia na mão. Talvez fosse apenas um chato. Talvez fosse apenas um bêbado. Talvez ele estivesse vindo apenas para adquirir uma nova garrafa. Talvez a missão dele fosse nos localizar e nos eliminar. Considerando a possibilidade do fulano ser, de fato, a barata gigante agressiva.

Logo que o tal sujeito se aproximou, pudemos notar que tratava-se de um pout-pourri de nossas impressões. Ele era um bêbado aparentemente chato atrás de mais mé. Nem queria matar a gente nem nada. O que não esperávamos era o texto que ele soltou ao escorar a carcaça em nossa mesa:

"Aeeeeee seus CUZÃO........zi eu uzzzaasse minnn saia e zoubessse crzzzaaar a pernassssiiimmm eu num prizzzava mais trabalhaaaaaaaaaa!"

Cambaleou, apoiou na pilastra do bar vizinho e foi embora.

***AE SEUS CUZÃO***

Não importa com quem vc esteja falando. Nem seu objetivo. Você conseguirá a atenção de seu interlocutor.

2 comentários:

Luilla Brito disse...

Kkkkkkkkkkkkkkk
Já sei como iniciar uma conversa quando quiser atenção!!!
Adorei!

Paulinas disse...

`Só comigo, vou te contar, viu. hahaha