Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Só pra constar

Que meu carro ficou 2 meses arrumando depois que uma palhaça destruiu minha traseira na Henrique Schaumann PARADA e a oficina me entregou o tal veículo sem água, óleo, combustível. A única coisa que veio COM, foi com um pneu rasgado.

Esclarecendo: apenas espero que meu carro contenha combustível e fluidos ao sair da funilaria pois, se não me falha o raciocínio lógico, ao retirá-lo de lá preciso sair ANDANDO nele. Faz sentido? Pergunto porque o mundo anda me confundindo, assim, no todo.

Longe de mim abusar daqueles que me prestaram serviço em tempo recorde. Em atraso, que fique claro. Dez dias transformaram-se em dois meses, mas o que vale é quebrar recordes, diz aí.

O carro não tinha uma gota de gasolina, como fui informada pelo ilustre ser humano que me atendeu na ocasião. Informação esta, endossada pelo computador de bordo da bagaça, que marcava: "autonomia - 0", piscando amarelo na minha cara. Diante disso, dirigi até uma ladeira e desci em ponto morto até o posto do fim da rua. Abasteci o tanque e fui. Blasfemando.

Duas esquinas depois a porra do carro FERVE. Deus, com pena (ou medo) de mim, plantou um outro posto de gasolina ali bem ao meu lado. Após aguentar a cara de desprezo do frentista, que certamente me julgou uma imbecil sem precedentes por andar num carro sem água e - SURPRESA - sem óleo, segui meu caminho. Continuei blasfemando, porque GENTE. Pensa.

Uns 100 metros depois, me pára um Monza hatchback, ou algo do gênero, ao meu lado e noto o cara sentado no banco do co-piloto aos berros. A coisa era comigo. Ele gritava loucamente:

"Tia!!!!! Ô tiiiiaaaaaaaaaa!!!!! Seu pneu tá furadoooo! TIIIAAAAAAAA!!!!!"

TIA. SEU. PNEU. TÁ. FURADO.

Retornei para o posto de onde acabara de sair. O segundo posto. Não havia borracheiro naquela birosca lazarenta. Pedi para encher o pneu. O frentista passou a me desprezar de maneira infinita, eu sei.

VOLTEI para a avenida. O pneu estava rasgado e esvaziou em 10 minutos. Achei uma borracharia. A esta altura eu já estava em pleno Sacomã, olha que beleza, né. Tudo o que a gente pede aos céus para um final de tarde mágico.

Parei no estabelecimento mais suspeito do Estado de São Paulo e pedi para o responsável (?) dar um jeito naquilo. Segundo ele, fiz muito bem em parar. Se não o fizesse naquele momento "ia zuar minha roda, mano". Esses moleques não sabem que dirijo há 20 anos e que tudo aquilo tratava-se de um ebó mal despachado. Pelo menos foi esta a única explicação plausível para a sequência de fatos que acontecia ali.

O ESTEPE ESTAVA FURADO.

Mandei arrumar o pneu e ensinei o mino do Corsa tunado ao meu lado a mandar fotos pelo WhatsApp. Amizade sincera a gente constrói assim, na miséria. Na tragédia. Ele me adicionou no WhatsApp. Sim. Ficou ali ao lado aguardando a confirmação. Somos oficialmente amigos desde aquela sexta-feira treze.

Não mandei arrumar o estepe pois àquela altura queria testar até onde iria o poder da zica. Mas, incrivelmente, nada mais me aconteceu. Talvez a bigorna que caiu no meio da Marginal Pinheiros fosse para mim, mas ó: me safei.

Amanhã vou mandar arrumar este estepe. Porque parece que meu anjo da guarda foi pra Londres ver o casamento de Lady Kate e eu não estou pretendendo interagir com empresários do ramo de manutenção automotiva.

Era isso.

3 comentários:

Carlota disse...

HAHAHAHAHAHA! Não dá pra escolher o que é mais hilário, gata. Mas, como você provou, o importante é ter amigos! hahahahahaha
Caraleos, viu?

Carolina disse...

E eu reclamo do meu prof na faculdade ter si mandado pro Uruguai a 3 semanas e mandar de lá alguém aplicar uma prova,sendo que nem matéria existe pra elaboração da mesma.

Mas chorei de rir aqui.O melhor é imaginar tu ensinando o mino a enviar as fotos HAHAHAHAHAHA

Te admiro por sobreviver a essas ciladas cotidianas,quero ser que nem você quando crescer.

Beijo

Paulinas disse...

EU SOFRO, VIU! hahaha