Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Gente, é só uma fase, viu?

Porque todo mundo um dia pira, depois volta ao normal, daí PIRA novamente de forma mais grave, tornando a voltar ao normal e assim sucessivamente, até o dia que o nego fica lelé de vez e sai pela rua no melhor estilo "Ala dos Mendigos Beija Flor 1989" empurrando um carrinho de supermercado cheio de entulho igual fazem aquelas velhas loucas de Nova York; ou como diz a Red, "de terninho e havaianas, dançando a babuska com uma guirlanda na cabeça".

Né?

Pois eu estou numa fase não muito organizada mentalmente, fase esta que iniciou-se no século passado, a bem da verdade.

A questão é que ao invés de decidir por sair correndo pelada com a tal guirlanda pela Avenida Paulista em plena invasão natalina de transeuntes desgovernados - extraterrestres, creio eu, porque ME EXPLICA tamanha comoção causada por edifícios iluminados - eu entrei numas de lembrar do nada certos textos mais eruditos, digamos assim.

Estilo: to sentada no sofá assistindo, sei lá, "Mayday", por exemplo, coisa que costumo fazer com frequência para manter forte aqui a tradição do autoflagelamento e de repente, PÁ!! Me vem um Vinicius na cabeça. E daí eu vou atrás, leio todo o poema, acho lindo, descubro ali coisas que não havia notado antes, essas coisas de gente que não bate bem.

Essa merda toda já tinha começado quando eu confessei aqui ser discípula de Hildoca. Mas o contexto ali era diferente, estava apenas tentando mostrar que neguinho não precisa ser genial para valorizar material de qualidade. Basta apenas ser alfabetizado e definir o que mais lhe agrada. Ponto. Ó, foi aqui.

Daí que hoje eu estou aqui numa conversa telefônica totalmente dispensável, no sentido de que seu conteúdo era absolutamente desprovido de........ahn, conteúdo, e de repente.....TCHUMBA. Me veio mais um Hilda Hilst na cachola, assim, de lampejo. Postarei agora porque acho esse UM TRECO. Na verdade é um trecho de alguma coisa mais complexa, não sei, não me confunde, porra. Aí ó:

"E por que haverias de querer minha alma na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas, obscenas,
porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo, prazer, lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando Aquele Outro.
E te repito: por que haverias de querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me."

E é isso. Se eu tiver outra visão eu conto aí. E prometo me dedicar com mais afinco ao consumo de álcool, feito? Pela minha experiência, é o que resolverá tais sintomas de surto. Aguardemos. Grata pela atenção, hein?

2 comentários:

Gerson disse...

Paulets, fica ligeira que diz-se por aí que o bipolarzinho de uberaba começou a carreira dele assim. Se de repente uma entidade ectoplásmica te oferecer flores, isso NÃO é Impulse, isso é falta de lítio no sangue. Você precisa de férias.

Paulinas disse...

IH FODEU. To com um buquê de antúrios aqui na minha frente, remetido por Jorge Tadeu.