Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Uma nativa de Creta

Não é novidade para ninguém que mulheres são estranhas e seu universo possui algumas características que o fazem girar paralelamente em relação aos acontecimentos plausíveis cotidianos.

Eu, por exemplo, não me considero um exemplar estranho, estraaaaaaaanho, assim como não acho estraaaaaaaanhas tantas outras mulheres com as quais convivo. Existem as loucas desgovernadas que compensam esta parcela da espécie desprovida de esquisitice transbordante na qual me incluo, mas isto não vem ao caso.

É importante esclarecer que meninas, sejam elas loucas ou não, cometem atos não condizentes com seu intelecto, idade, escolaridade ou posição profissional. Isso porque damos ouvidos à asneiras e, mesmo sabendo que aquilo certamente dará em merda, não nos furtamos em comprovar a teoria. A teoria da merda. É instintivo: mulheres são curiosas.

Pois bem. Quem nunca ouviu da avó, da empregada, da vizinha, da veterinária, da japonesa do pastel ou até mesmo da manicure, a infâmia:

"Cola com SuperBonder!" - diante da tristeza de uma unha quebrada.

Há nos salões de beleza uma pessoa especializada em resolver esse tipo de drama. É a mulher da unha de porcelana. A nega com a unha fodida vai lá, senta e a outra taca camadas infinitas de produtos tóxicos sobre o local comprometido. Lixa, lixa, lixa; espana, espana, espana, e lá está uma unha nova. Melhor que aquela porcaria que veio naturalmente em seu corpo.

Mas o problema é que a pessoa com a unha arrasada lembrou-se da imbecilidade envolvendo a cola caseira e decidiu testar a eficácia da crendice.

Agora eu estou aqui com praticamente toda a minha metade superior colada e qualquer movimento faz com que a situação piore. Um dedo grudou no outro e em seguida colaram-se as mãos. Mãos estas que se grudaram no roupão e em parte da embalagem da merda da SuperBonder. Estou com medo de me mexer e não há ninguém para me ajudar.

A unha continua quebrada.

Estou digitando através de movimentos das pálpebras, aquela técnica utilizada por Stephen Hawking.

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