No ano de 1614, quando eu ainda frequentava a faculdade de jornalismo, havia um sujeito que sempre estacionava seu veículo automotor ali no mesmo local proibido da Praça Três Corações onde eu largava o meu próprio carro. Eu nunca o vi de fato, mas o automóvel da figura consistia em uma Parati zoada cuja lataria do porta-malas ostentava um singelo adesivo que dizia, em letras garrafais:
"DO NOT WASH THIS VEHICLE BEFORE A SCIENTIFIC TEST"
Hoje, ao avistar meu carro, a cena veio como um flashback instantâneo. É importante dizer que sou um ser humano daquela espécie que paga para não ter que entrar em um posto de gasolina. Tenho preguiça. Eu inclusive só abasteço o tanque quando concluo que o carro morrerá na próxima esquina e sua ignição não mais funcionará até que haja combustível novamente preenchendo o compartimento destinado para tal. Também não troco óleo e é constante a falta de água nos chuveirinhos dos pára-brisas. Portanto, é fácil imaginar que ir a um lava rápido é um ato quase impensável para mim.
Ocorre que hoje me senti a condutora de um veículo participante do último Camel Trophy. Ao sentar no banco do motorista, notei os vidros turvos. A pintura estava fosca, num tom indefinido. Não, aquela cor não era o prata original da GM. Havia sobre a lataria uma camada de lama, uma de lodo, outra de poeira, uma de craca, mais uma de fuligem, uma de limo e, por cima de tudo uma de sujeira generalizada, resumindo.
Inaceitável uma moça arrumadinha e bem apessoada como eu circular pela cidade dentro de um.............treco desses. Assim sendo, comunico a todos que acabei de sair do lava a jato e tenho em meu poder um carro brilhante e encerado. Os faróis iluminam e aposto que gastarei menos combustível devido à nítida redução no peso total do automóvel.
I´m happy.
Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas
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2 comentários:
Mas você fez teste científico antes?
Não....mandei lavar na cega.....será que tem pobrema?
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