Algumas teorias de minha própria autoria são constantemente comentadas e defendidas por mim porque eu realmente acredito nelas. É o caso da teoria número 12, de 1996, que diz:
"O trabalho não enobrece. Porra nenhuma."
Inclusive, faz mal, muito mal para a saúde mental dos seres da espécie humana. Por algum motivo ainda não desvendado por cientistas, o grau de loucura de uma pessoa aumenta de maneira diretamente proporcional à quantidade de horas passadas no ambiente de trabalho. Algumas realmente viram caso de internação, mas grande parte das vítimas manifesta um quadro de mongolismo que, normalmente, se agrava com o tempo. Ou seja, você, meu caro, vai, aos poucos se transformando em um retardado mental e passa a ser o epicentro de situações cretinas não compatíveis ao nível de intelecto que havia acumulado até então. Acontece todos os dias e tenho PROVAS. Eis 3 casos verídicos que ilustram de forma nítida o assunto. É importante lembrar que todos os exemplos vieram de fatos ocorridos na "firrrma".
1 - Eu: saí de casa às 8 horas da manhã com destino ao agradável bairro da Lapa e a missão de abrir a loja de minha propriedade localizada na rua Clemente Álvares. Tomei o caminho, por livre e espontânea vontade, da Vila Madalena. Fui para o Filial. Dirigi pro barrrr. Terça-feira, 8 da manhã. Me diga se esta pessoa está legal da cabeça, vamos.
2 - K, minha grande amiga (essa daí já tem coladas nas laterais da face aquelas orelhas cujo modelo inclui bandeirinhas girando): 6 da tarde, ela,
enquanto funcionária da Credicard e incumbida de solucionar algum problema impróprio com um fornecedor incompetente de nome Wagner, disca para o sujeito e, confiantemente, identifica-se como WAGNA da Credicard. Vou repetir: WAGNA. Da Credicard.
Notem:
" Alô, por favor o Wagner, da distribuição? Oi Wagner, aqui é a Wagna, da Credicard..."
Solução? Desembestar Henrique Schaumann acima rumo ao Filial. Aí sim seria adequada a locomoção ao referido estabelecimento. Chegando lá, pedir uma vodka. E nunca mais retornar à merda da Credicard. Se bem, que foi mais ou menos isso........bom, deixa pra lá.
3 - Priscila, minha guru da Era Jornalística: na vigésima-nona ocasião em que ela efetuou um pagamento nominal à minha pessoa, eis o que foi escrito no campo
"nominal a" da folha de cheque utilizada: Paula Scarcelli de Amaral Pereira Góes.
Não, meu nome não é Paula Scarcelli de Amaral Pereira Góes, minha gente. Isso é uma musica tosca, um axé de autoria de certa banda B chamada Pimenta Nativa, que diz em seus versos: "Maria Joaquina de Amaral Pereira Góes, você contribói para o meu viver...." e assim vai.
Depois de 2 anos trabalhando com a nega, ela achou por bem fazer um mix musical envolvendo meu nome e o hit do verão de Porto Seguro. Como diria a própria Priscila, "phoda com PH".
Seguindo essa tendência, uma das minhas costureiras também decidiu pirar e teve um surto inominável. Daqueles que a pessoa é afastada do trabalho para poder viver dopada e tudo mais. Nuts.
Outro dia ela apareceu na fábrica para destilar sua loucura vestida com uma roupa que a deixou absurdamente semelhante à Lacraia. No meio de nossa instrutiva conversa, entre as piscadas que dava num olho só e outros tiques bastante aflitivos, a louca sacou uma cartela de um dos psicotrópicos violentos dos quais está fazendo uso, colocou sobre a mesa e cochichou, olhando ao redor:
"Olha Paula, esse remédio é forte, é controlado, e só o psiquiatra pode mandar você tomar. Ele mandou tomar um só, mas pode tomar 3 porque senão não faz efeito".
[reticências]
Pelo sim, pelo não, guardei a droga. Ainda não estou completamente doida, mas desconfio que este destino está muito, mas muuuuito próximo.