Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Do século passado essa aqui

No último final de semana decidi fazer um retiro e estava assistindo TV no sábado à noite, atividade que não aconselho. Aconselho ir para o bar, que fique claro. Bem, lá estava eu, inadequadamente assintindo à programação fué do sábado quando me deparei com o Pepeu na tela. Instantaneamente aquilo que ainda resta de minha memória entrou em atividade me fazendo recordar do último reveillon que passei no Rio de Janeiro.

Era a virada de 98 para 99, se não me engano. Não sei, não lembro, mas também, nego que VIRA O SÉCULO em vida não tem como traçar uma linha temporal 100% confiável, vamos falar o que é verdade, né. Mas acho que foi, já que do ano 2000 eu me lembro e este foi em Angra. Eu acho. Bom. Dane-se.

Reveillon de 1998, a grande máfia estava reunida no Rio, fomos todos convidados para uma linda festa em um dos lugares mais exclusivos da Avenida Atlântica, Copacabana.

Começou que amiga Sam tomou um sol errado no dia 31 e às 8 da noite ela tinha a coloração da pantera cor de rosa, mas mais marca texto, sabe como é? Aquele rosa mais FOSFORESCENTE, digamos assim. E apresentava sintomas de insolação, olha o vexame. A pessoa é carioca de nascença, de pai e mãe, de família do tempo do Império que veio parar aqui na caravana do rei, e me dá uma dessa. Pois bem. Tudo indicava que ela 'contraíra' insolação passaria a noite bem mais sóbria que o resto da população local, o que de fato ocorreu. Por isso inclusive que temos detalhes desta festa, os quais jamais chegariam às nossas mãos se o acidente solar não houvesse acontecido. Claro que não podemos nos esquecer que Sam trajava seda pink chiquérrima, mas o efeito da roupa foi anulado pelo tom de sua pele e ela, vestida de rosa shocking, parecia estar pelada. Enfim.

Eis que chega a hora da festa. Nos acomodamos em nossos táxis com destino à Nossa Senhora de Copacabana, já que a Atlântica fica interrompida do começo da tarde do dia 31 até o fim do dia 1 de janeiro, E FOMOS.

A festança em si transcorreu como o esperado. Tudo lindo, tudo perfeito, tudo animado. E daí chegou aquele horário em que o povo começa a entortar. Uma de nós perseguiu um sueco - ou finlandês, ou dinamarquês, não me lembro - durante a noite toda. Outra deu um show de samba quase que sobre uma mesa de centro em uma saleta onde estavam sentadas a mãe e a avó do dono da festa. APENAS A MÃE E A AVÓ. E ela lá, SAMBANDO. Uma outra, cujo nome não revelo nem sob tortura, babou em seu vestido prateado tudo aquilo que tentou beber da meia noite em diante. E foi dançar com o finado e saudoso Jorginho Guinle, derrubando algumas taças em seu smoking também. E com o Carlinhos de Jesus, notem o grau da coisa toda. Fora o rabo de cavalo da criatura que parecia um gambá morto arremessado de longe em direção à sua cabeça. Triste, meu filho.

Teve uma que dormiu em cena e a Sam lá: firme, forte, sóbria e vendo TUDO. Foi quando ela notou a presença de Pepeu que tinha ido à festa acompanhado de Kryptus Rá e de Zabelê. E notou também nossa comandante chefe do Rio de Janeiro andando atrás dele na festa e cantando:

"Eu e Pepeeeeeeeeu, ele e eu"

Ininterruptamente.

E Pepeu tentando nitidamente se desvencilhar daquilo. Ingênuo esse Pepeu.

(Antes que alguém taxe a stalker de Pepeu de psicopata, quero deixar claro que ela é uma amiga da família, de Baby, de Sarah Sheeva, pelo amor de Deus. Somos bêbadas, não perseguidoras de guitarristas e derivados)

Acabou que às 8 horas da manhã decidimos ir embora e ao sair do elevador e atravessar os portões do edifício rumo ao táxi que nos esperava na avenida, encontramos Pepeu, ali, sem rumo, sem táxi, perdido. Éramos 5 pessoas, já que a sambista do living room não quis aguardar o táxi e pegou uma carona com um camburão que estava indo para o Leblon, e achamos absolutamente viável invadirmos o táxi e ainda lançarmos Pepeu, Zabelê e Kryptus Rá no carro conosco.

Claro que o taxista quase entrou em colapso e queria matar um por um, mas não houve muita saída senão nos levar até o Leblon, OITO pessoas no carro e a criatura cantando "eu e Pepeeeeeu, ele e eu" no último estágio alcoólico que um ser humano pode chegar antes do óbito. E todos nós acompanhando o sing a song da maluca, inclusive Pepeu.

Olha, não me perguntem onde Pepeu e os filhos ficaram. Posso informar que foi em algum local entre o Copacabana Palace e o Baixo Leblon, onde encostamos o carro para desovar mais duas sobreviventes e ainda atendemos um orelhão na Ataulfo de Paiva que tocava para um certo JOEL. Este telefone tocou umas 5 ou 6 vezes e só sei que saímos pela rua gritando: "Joel!!! Joel!!!" - à procura do cidadão. Joel foi encontrado e todo mundo sabe que eu tenho um amigo imaginário, né? Vocês acham que ele foi batizado por causa de quem?

De alguma maneira chegamos vivas à Delfim Moreira, não sem antes encontrar a pessoa que pegou carona com os policiais saindo do camburão ali na Rua Rita Ludolf.

Povo descompensado, a gente vê por aqui. E não é de hoje.

3 comentários:

Red disse...

ASDHASHAHAHAHAHSDASKDHaslkdhsa;çkjfchsdlkvjfhdlkbvjdlck ,mxc+

lucanto disse...

Só suas histórias pra me fazer chorar, literalmente, chorar de rir...kkkkkkkkkkkkkk

Paulinas disse...

Só presepada, nega. SÓ!!