Porque as bizarrices cotidianas devem ser comentadas

segunda-feira, 28 de março de 2011

Coadjuvante só se dana.

Gente, não surtem. Não estou aqui fazendo chacota do suicídio de Cibele Dorsa. Mesmo porque eu a conhecia havia bastante tempo e, apesar de não termos sido amigas, apenas conhecidas, ela sempre me foi de agradabilíssima convivência. E é isso. E também não vou ficar falando de suicídio duplo por aqui pois considero o assunto muito hardcore para esta bodega.

Mas diante de tudo o que foi divulgado, não posso deixar de comentar a entrevista "pré-Jerônimo" concedida por ela ao TV Fama, através da qual o mundo inteiro tomou conhecimento dos motivos que levaram seu falecido noivo a atirar-se prédio abaixo, além de detalhes sórdidos da malfadada noite.

Resumindo bastante, ela conta que o trágico acontecimento deu-se por um ataque doentio de ciúmes na ocasião em que eles faziam uma suruba com uma moça. Uma profissional contratada pelos próprios.

Daí olha o que acontece: a mulher chega lá, o casal que a chamou tá esperando, ela mesma já está felizona pois a féria do dia garantiu-se e, assim que começa a executar o serviço para o qual foi escalada, seu empregador sai correndo e pula pela janela.

PENSA NA CARA QUE ESSA PUTA FEZ, MEU DEUS DO CÉU. PENSA.

(E aposto que nem adiantado essa mina recebeu. Insalubridade, nega. Periculosidade.)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Descobri TUDO

Vamos fazer uma conta rápida: quantos brasileiros, num grupo de 100, já se foderam por causa da NET? 97? 98? Todos? E quantas vezes por mês esta joça ferra a gente? Pensa aí. Considerem que estou falando aqui APENAS de Virtua. Vou deixar de lado problemas menores como TV e telefone. Afinal de contas, QUEM precisa deles, né? Náááá, pra quê? Detalhes inexpressivos.

Daí né, que a gente sabe que mente vazia é oficina do demônio e eu to aqui sentadinha no meu canto olhando pro teto quando Carlota posta a seguinte mensagem no nosso grupo de discussão da novela Vale Tudo no Facebook:

"Gente, a internet aqui tá o cu do palhaço. Se eu ñ estiver, fui socar alguém da NET."

Só nesta semana uns 5 membros do referido grupo ficaram sem internet porque o Virtua simplesmente PAROU de funcionar. Inclusive eu. Ainda bem que temos as conexões móveis de nossos telefones, né. Imagina se não houvesse alternativa. Porque estamos falando aqui de gente viciada, gente doente, que tem forum de discussão de reprise de novela dos anos OITENTA do século passado, compreendam.

Agora vejam se não faz sentido isso aqui que andei pensando:

[Se não fizer, por favor, não mandem me internar não. Sou mansa, juro, pode perguntar pro meu porteiro aqui do prédio]

EU acho que a NET é uma daquelas organizações malignas que vieram do futuro pois seus cientistas descobriram que o mundo em que eles vivem está destruído e sem oxigênio ou água potável devido à degradação do meio ambiente causada pelos próprios humanos. Os humanos que viveram no passado. Tipo NÓS, no caso.

Como eles estão lá ferrados, vivem em bunkers, nunca viram o sol ou o mar, mas possuem tecnologia suficiente para voltar no tempo e reverter esta merda toda, eles criaram este sistema para eliminar o excesso da população mundial. As pessoas contratam seus serviços e, inexplicavelmente, começam a morrer do coração, de derrame cerebral, overdose de calmantes, câncer e por aí vai.

Diminuindo consideravelmente o numero habitantes do planeta de maneira 'limpa", sem deixar pistas, eles entram com um ataque mais agressivo, exterminando aqueles grupos que por algum motivo não têm acesso aos seus cobiçados serviços. Porque banda larga é banda larga né gente.

Deixarão vivos apenas seus antepassados, garantindo assim sua existência no presente que os pertence. Óbvio.

Mas para levarem o genial plano a cabo terão que lutar contra um tipo de exército composto por pessoas dispostas a EXPLODIR suas sedes com TODO MUNDO dentro, inclusive aqueles imbecis do atendimento ao IDIOTA do cliente. Podemos chamar este grupo de "Resistência".

Parece que já vi isso em algum lugar, cinema talvez, não tenho certeza de que minha idéia é original. Tudo o que sei é que Arnold está no Brasil. Olha o sinal aí.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Camarote da Brahma e suas histórias

INTRODUÇÃO

Não sei se é do conhecimento geral da nação, mas eu e mais um bando de desocupados sociopatas criamos no Facebook um grupo para discutir a novela Vale Tudo. Porque, além de antigos, somos TEAM ODETE e não vemos a hora da Heleninha dançar novamente aquele mambo bem caliente.

O procedimento é o seguinte: antes de começar Vale Tudo já estamos todos online para falar mal de A Muralha, que é um pé no saco e só tem índio, padre e gente suja com cor de tijolo e atitudes pífias. Nada que se compare a uma Maria de Fátima e César Ribeiro, uma Helena versus Ivan, uma Celina com Odete. Isso sem citar Marco Aurélio berrando pela TCA.

Quando nossa atração entra no ar, concentramo-nos em comentar frases, roupas, trilha sonora, cenas bizarras, detalhes importantes ao longo do capitulo. Logo que o mesmo chega ao fim, a conversa desvirtua e passamos a falar mal uns dos outros, combinamos eventos movidos à álcool, criticamos o resto do mundo e, infalivelmente, entramos em reminiscências.

A HISTÓRIA EM SI

Daí que a partir de um dos tópicos da discussão do capítulo de hoje, iniciou-se uma conversa paralela sobre minhas peripécias cariocas, a maioria delas ao lado de SamSam, e o rumo que o assunto tomou me levou a uma lembrança que eu não tinha: o dia em que uma conjunção do cosmos juntou a mim e Sam, Jean Paul Gaultier e um tubo de lança perfume sem fim acompanhado de sua dona, cujo nome não falo nem sob tortura, no camarote da Brahma na Sapucaí.

Não me entendam mal: eu não fiz uso de lança perfume nenhum porque não mexo com tóchicos, doutor, só encho a fuça de mé mesmo consumo drinks ocasionalmente e Jean Paul, coitado, não entendia nada do que estava se passando porque, em um momento ele estava ali, vendo a Mangueira entrar, tomando chopp até sair pelo olho e provavelmente achando aquilo tudo muito, hã, exótico, digamos assim, e logo em seguida.......o pobre já estava cercado por duas loucas - sendo que uma era eu e a outra, naturalmente, SamSam - disparadas numa conversa sem pé nem cabeça com o homi como se tivéssemos feito o ginásio e colegial juntos. Amicíssimos, uma coisa louca. A verdade é que determinadas ocasiões fazem com que eu e Sam tenhamos esta necessidade de interagir com desconhecidos. Se os desconhecidos forem celebrities então, meu filho, segura que o amigo é nosso.

Ele provavelmente pensava "O QUE EU FIZ DA MINHA VIDA? QUEM SÃO ESSAS PESSOAS? POR QUÊ VIM AO RIO? QUERO MINHA MÃE!" mas agia normalmente, até entubou nossas piadas, fez chacota de quem estávamos fazendo, jogou gelo em quem jogávamos, cantou o samba enrendo, essas porras todas. Quase matamos uma mulher que havia feito uma cirurgia na coluna e estava empoleirada na janela que ocupávamos no camarote. Bateria passa, aquele povo anima, Jean Paul dá uma COTOVELADA na convalescente e quase a derruba para baixo, mas convenhamos, camarote na avenida não é exatamente o programa ideal para quem operou a coluna vertebral, né mesmo, minha tia? Parece que a tal senhora sobreviveu sim. Também, se morreu, faz tanto tempo, que ó: nem ela lembra, garanto.

Tudo ia muito bem. Já tinha pra mim que passaria a próxima temporada européia hospedada no fantástico apartamento de Jean Paul na Avenue Foch e que ele desenharia modelos inspirados em minha pessoa, para logo em seguida presentear-me com tais peças.

Eis que surge um terceiro elemento NAQUELE estado portando o tal tubo de lança perfume. Aproxima-se de nossa roda e ENFIA o recipiente goela de Jean Paul Gaultier abaixo que, ninjamente, se desvencilha da criatura desgovernada. Fino, agradece. Compreende que trata-se de algo alucinógeo e diz que tá bem cas breja. Fofamente.

A pessoa doida insiste. Jean Paul recusa novamente. A criatura transtornada mostra para Jean Paul que ela mesma está consumindo a substância, provavelmente para provar a ele de que não se tratava de algo letal. E ele novamente diz que não quer, PORRA.

Foi então que a nega começou a argumentar:

"Jean, do you want to try this?"

"No, thanks"

"Here in Brazil is called lança perfume" [embaralhando tudo, falando tudo torto, falou lança perfume separando as sílabas]

"Really? Nice, but thank you, thank you very much, i'm having some drinks and...."

"JEAN, listen to me: this is a very light drug, don't you want to...." [espirrando lança na CARA do francês]

"No, no. No, thanks. I don't want your drugs, thanks" [limpando os olhos. quase cego]

"But you are not listening to me....this is a very very very very very very very very very light drug..."

"No, thank you."

"Very very light. Yes or no?"

"Nooooooooooooooo"

"Very very very very very very light..........."

Estranhamente nunca mais tivemos notícias de Jean Paul. Só aquelas que nos chegam via Caras, às vezes. O colego sumiu na fumaça, parece que traumatizou-se. Já a cheiradora de lança, essa tá sempre aí viu.

Esse meu povo não é bom da cuca não.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Cenas de um almoço quase familiar

Você está lá, almoçando em relativa paz. Vem um cara e te pergunta "oi, você quer mais caipirinha de lima". Você diz que sim, desde que ele não entoche a bebida de açúcar. Nego vai lá e faz. Volta com aquela jarrona bonita, transbordando vodka, lima da pérsia e cubos de gelo.

Você toma um gole e o treco está doce num ponto de doer o osso do maxilar, o que te faz questionar a criatura sobre a quantidade criminosa de açúcar que ele teria colocado ali na mistureba.

RESPOSTA:

"Não coloquei açúcar não. A lima é que estava PODRE, pode ir lá na cozinha ver"

A LIMA ESTAVA PODRE

Pelo amor de Deus.

Quer dizer: a pessoa viva me dá um treco podre para beber e acha normal. Preciso rever urgentemente o status de cada integrante deste meu - nem tanto - seleto círculo.

Rolam as pedras

Sinais de que seu fim de semana foi hardcore:

Você vai assistir ao desfile das campeãs na sexta-feira e no sábado descobre em seu celular uma foto ao lado de um espantalho com cabeça de ABÓBORA feita já com o dia claro.


Maria Eugênia não morreu

Ao tentar levantar da cama no sábado à tarde tudo gira como se você estivesse em um rodamoinho marítimo que te sugasse para as profundezas do oceano bem ali no triângulo das bermudas. Você conclui que trata-se de uma crise de labirintite ou algo do gênero. Seu cérebro está comprometido. Tu pegou labirintite de tanta Nova Schin que enfiou goela abaixo, MANO.

Ainda no sábado, você vai a um almoço na casa de um amigo e presencia o momento em que todos os estoques de álcool da residência se findam. Inclusive determinada caipirinha podre que comentaremos num futuro próximo.

No domingo à tarde você acorda com duas novas tatuagens no braço direito. E uma peruca de samambaia.


Ma oe, o colega tem uma máquina de tattoos de verão

Gente, não andem comigo, não sou boa companhia.

Jujuba com Limão

Quando você acha que já viu de um tudo nessa vida.
Quando você pensa que conhece seus amigos e o potencial criativo de cada um deles.
Quando você está certa de que nada mais vai te surpreender nesta esfera.

Daí vem uma tarde chuvosa de terça-feira e você lá, enrolando a vida pra não ficar ainda mais puta com uma dor de cotovelo monstra que a persegue, decide dar um UOOEE nos Facebook e dá de cara com a mais nova obra produzida por um de seus calegas.

Vocês eu não sei, mas EU estou rindo até agora. Por favor, apreciem:



Virei Jujubeira. Aplausos.

Rafa, ARRASOU. Salvou meu dia. Pense que estou fazendo um coração com a mão pra você.

domingo, 13 de março de 2011

As coisa que irrita a calega

Tipo:

Há três travessas sobre uma mesa. Uma contém um fusilli. Na outra encontramos um capeletti ao molho branco. A terceira nos apresenta algo que claramente é um raviolli. Daí eu pergunto para a criatura responsável pelo rango:

"O que é isso?"

Meu interesse, OBVIAMENTE, era obter informações sobre recheios, molhos, alegorias, adereços, essas coisas de gente que tá interessada em comer a parada.

RESPOSTA:

"É fusilli, capeletti ao molho branco e raviolli"

Daí nego tem a ousadia de reclamar das minhas grosserias.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Kibando loucamente

Descontrolei, uma força maior me tomou. Pode ser o tal do bloqueio criativo. É que certas coisas são boas pra caralho - aproveitando o mote - e hoje me deu coceira de publicá-las aqui. Porque o broguis é meu, né, então eu dano essa bagaça sem o menor vestígio de remorso. "It's good to be the king". Vamos tacar conteúdo véio e de propriedade alheia nessa joça.

Essa parada aqui já foi atribuída ao Veríssimo, ao Millôr e mais umas 400 pessoas, mas ouvi dizer que trata-se de um texto de Pedro Ivo Resende. E estou super crendo nesta informação. To repassando e tudo mais, percebam. Eis o que tomei emprestado do colego:


O direito ao palavrão



Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua.


‘Pra caralho’, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que ‘Pra caralho’? ‘Pra caralho’ tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?


No gênero do ‘Pra caralho’, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso ‘Nem fodendo!’. O ‘Não, não e não!’ e o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade ‘Não, absolutamente não!’ de modo algum o substituem. O ‘Nem fodendo’ é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo ‘Marquinhos, presta atenção, filho querido: NEM FODENDO!’. O impertinente se manca na hora e vai pro shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.


Por sua vez, o ‘Porra nenhuma!’ atendeu tão plenamente às situações em que nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um ‘é Ph.D. porra nenhuma!’, ou ‘ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!’. O ‘Porra nenhuma!’, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.


São dessa mesma gênese os clássicos ‘aspone’, ‘chepone’, ‘repone’ e, mais recentemente, o ‘prepone’ — presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um ‘Puta-que-pariu!’, ou seu correlato ‘Puta-que-o-pariu!’, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer um ‘Puta-que-o-pariu!’ dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso ‘Vai tomar no cu!’? E sua maravilhosa e reforçadora derivação ‘Vai tomar no olho do seu cu!’. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: ‘Chega! Vai tomar no olho do seu cu!’ Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor íntimo nos lábios.


E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do português vulgar: ‘Fodeu!’ E sua derivação mais avassaladora ainda: ‘Fodeu de vez!’ Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa.


Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? ‘Fodeu de vez!’ Sem contar que o nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de ‘Foda-se!’ que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do ‘Foda-se!’? O ‘Foda-se!’ aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. ‘Não quer sair comigo? Então foda-se!’ ‘Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!’


O direito ao ‘Foda-se!’ deveria estar assegurado na Constituição Federal. Liberdade, Igualdade, Fraternidade e FODA-SE.’

Falou tudo, negô. Voltarei com o conteúdo original o mais breve possível.

Bicha

Então, né, que eu to lendo o livro do Ricardo Amaral e ando meio chocada porque é fácil de achar ali vários fatos que presenciei, o que indica claramente que estou VELHA.

Mas não estamos aqui para falar sobre minha idade avançada. Estamos aqui para reproduzir um texto do Tarso de Castro originalmente publicado numa edição de O Pasquim em 1795 que o próprio Ricardo Amaral enfiou no meio do seu Vaudeville. Discípula de benlocos que sou, desnecessário explicar que cultuo esta figura. E acho isso aqui ótemo:

"Millôr Fernandes chegou da Europa e é bicha: Martha Alencar é bicha e o marido dela, o Hugo Carvana bicha; o Sérgio Cabral, por sua vez, tem vergonha, acha que pai de família não deve confessar isso mas eu sei é bicha; o Paulo Francis, que fica fazendo aquele bico, é bicha; o Chacrinha, nem se fala, é bicha; o Gérson mesmo jogando pra burro, é bicha; o Fortuna é bicha, bicha declarada, o Armando Marques é bicha; a tia da namorada do Denner é bicha; a namorada do Denner é bicha; o Denner é bicha; o Edvaldo Pacote é bicha, a Gal Costa é bicha; a Elis Regina é bicha; o Nelsinho Motta é bicha; os Luiz Carlos Maciel são bichas, os Monteiro de Carvalho são bichas; os Monteiro de Carvalho são bichas, menos um, por falta de tempo, o Ricardo Amaral é bicha; aquele amigo do Ricardo Amaral é bicha; o Jaguar é bicha; o Jaguar é bicha; o Jaguar é bicha; o Jaguar é bicha; o meu contrabandista é bicha; ele é bicha; o Flávio Rangel é bicha; o Pedro Álvares Cabral era bicha; o Antônio Houaiss é bicha; o Ulisses é bicha; o Maneco Muller é bicha; o Fernando Fernandes é bicha; o Vinícius de Moraes é bicha; o Carlos Drummond de Andrade, que ainda não me deu aquela entrevista, é bicha; o Sérgio Cavalcanti é bicha; o Jaguar é bicha; os contatos de publicidade, o Ewaldo e o Paulo Augusto, são tremendas bichas; e o chefe deles, o Grossi, é bicha; o lvon Cury é bicha; o Daniel Mas, sem qualquer apelação, é bicha; como bicha é, também, o Antônio Guerreiro; o José Silveira é bicha; o Manolo é bicha;







o Chico Buarque é bicha; o Caetano Veloso é bicha; o Gilberto Gil é bicha; o Roberto Carlos é bicha; o Erasmo Carlos é bicha; o Zózimo Barroso do Amaral é bicha; o Jaguar é bicha; a Márcia Barroso é bicha; a Scarlet Moon de Chevalier, digo, a Scarlet é bicha, a Moon é bicha e a Chevalier é bicha; meu Deus, como o Paulo José e Dina Sfat são bichas; ah, sim, o Ênio Silveira é bicha; como esquecer que a Danusa é tão bicha como a Leão; bicha, também, pois, a Nara Leão, e o Cacá Diégues, que é marido dela, é bicha; e o Glauber Rocha, como todos os baianos, é bicha; a Rosinha, mulher do Glauber, é uma tremenda bicha; o Antônio Guerreiro é bicha; o Jaquar, que eu ia esquecendo, é bicha; o José Hugo Celidônio é bicha; nunca vi ninguém tão bicha quanto o Rogerio Sganzerla; bicha, mesmo, para valer, é o lbrahim Sued, que não pode ser mais bicha; Doval é bicha; Jairzinho é uma bicha radical; falando em bicha: como vai você, Henfil; Minas Gerais é um viveiro de bichas; Ziraldo, por exemplo, quem pode negar? É a maior bicha de Caratinga; aliás, se vocês não sabem, esse tal de Caratinga também era bicha; o filho do Jaguar, tão pequenino já é bicha; também, o professor dele é bicha, sô; ah, Virgem Santa, o João Saldanha é bicha; o César Thedim é bicha e a Tonia Carreiro, para provar o dito, também é bicha, falando nisso, o John Mowinckel é bicha; e o Pedrinho Valente, embora ainda não saiba, é bicha; a êsse lá sabe: o Ivo Pitanguy é bicha; há alguém mais bicha do que o Sérgio Bernardes? há, o Jaguar; ah, que saudades que eu tenho da bicha Cláudio Abramo; Afonso, Afonsinho, Afonsão, todos bichas; os Afonsos em geral, todos bichas,- tenho melancolia do Rio Grande do Sul porque as bichas que aqui são bichas não são bichas como lá; Olavo Bilac é bicha; o bigodinho do Oscar Niemayer não me engana; é bicha; ora Tom Jobim, vai ser bicha lá com a bicha do Frank Sinatra; como se não bastasse, de bichas, é claro, agora ainda anda por aí aquela bicha da Florinda; a bênção, minha bicha Baden; falando em bicha nada melhor do que uma bicha do Jorge Ben depois da outra; Charles Anjo 45 é bicha enrustida; você é bicha; o leitor, todos os leitores, são bichas; fala, bichonilda Sérgio Noronha; a Olga Savary é bicha e o livro dela é mais bicha ainda; Paulo Garcez é a chamada bicha respeitável; Jango é bicha; Brizola é subverbicha; e a Wanderléia, segundo a bicha do Flávio Rangel não a do no sentido possessivo mas do ele, Flávio - é bicha ternurinha; e quem diria, hein? todos os Macedos Soares são bichas; Rubem Braga anda caindo de tanto ser bicha.






Este parágrafo é bicha.






Por outro lado, Maria Bethânia é bicha; a democracia é bicha; ele é bicha mas eu não sou louco de dizer; salve a bicha mais bicha de Londres, a bicha do Ivan Lessa; o Jaguar é bicha, o Ferreira Gullar já representou o Maranhão no concurso nacional de bichas; todos os componentes do velho PSD são bichas; Paulo Mendes Campos é a bicha mais intelectualizada que eu conheço; falando em bicha, vocês lá viram que coisa mais incrível o gênero bicha-barbuda que é o Carlinhos Oliveira?; bicha para falar a verdade, mas bicha mesmo, é o Hélio Fernandes; criança, nunca verás uma bicha tão grande quanto a Maria Raja Gabáglia; fala minha bicha Marlene Dabus; você é tão linda, Teresa Souza Campos, mas é bicha, Joaquim Pedro e Melo Franco e, portanto , bicha, pois todos os Melo Franco são bichas; a Danusa Leão, insisto, é bicha; olha aqui, ô Matarazzo, não queira me comprar:, tôda a familia é bicha; e tem mais:






vocês lembram da Maysa, ex-Matarazzo? Pois é bicha, bicha é a torcida do Flamengo; e a do Botafogo se existisse, bicha seria; os velhinhos do Vasco são bichas; o Fluminense, vocês sabem, andam de salto alto; todos os brasileiros são bichas; Europa, França e Bahia - tudo bicha; Ásia, África, América e Passo Fundo, tudo bicha; inclusive o Jaguar, tudo bicha; é a maior bichite da história do mundo; que, por sinal, é bicha.






O único macho do mundo é o Nélson Rodrigues."

HAHAHA, ADORO.